APOIO MATRICIAL EM SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR E TRABALHADORA NO BRASIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA


MATRIX SUPPORT FOR WORKERS' MENTAL HEALTH IN BRAZIL: AN INTEGRATIVE REVIEW

APOYO MATRICIAL A LA SALUD MENTAL DE LOS TRABAJADORES EN BRASIL: UNA REVISIÓN INTEGRADORA

Autores:

Cathana Freitas de Oliveira

Graduada em Psicologia pela PUC/RS, Mestre em Psicologia Social pela PUC/RS.  Especialista em Saúde Coletiva pela Escola de Saúde Pública do RS, ênfase em Atenção Básica. Pós-doutora e pesquisadora junto a Unicamp a partir do Lab. ESTER - Laboratório de Estudos sobre Saúde e Trabalho.

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0723-9519

Marcia Bandini

Professora Associada da Área de Saúde do Trabalhador, no Departamento de Saúde Coletiva (DSC) da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2899-090X

Sérgio Roberto de Lucca

Graduado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas-FCM-Unicamp; Doutor em Ciências Médicas pela Unicamp (1992) e Professor Associado da Área de Saúde do Trabalhador do Departamento de Saúde Coletiva da FCM-Unicamp .

ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6023-0949

Ana Carla Pleutin

Graduada em Medicina pela Fundação Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Médica do Trabalho pela Unicamp

ORCID: https://orcid.org/0009-0005-3517-6211

Gabriel Piccollo

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Jundiai (FMJ), Médico do Trabalho pela UNICAMP (2025)

ORCID: https://orcid.org/0009-0008-8714-2998

Paula Lacerda da Costa

Graduada em Medicina pela Universidade de Cuiabá/MT (2018), Médica do Trabalho pela UNICAMP (2025).

ORCID: https://orcid.org/0009-0007-9668-6578

Pedro Paulo de Oliveira Silva

Graduado em Medicina pela UNIFAE de São João da Boa Vista.  Médico do Trabalho pela UNICAMP (2025)

ORCID: https://orcid.org/0009-0008-9369-6751

Juliana Luporini do Nascimento

Graduado em ciências sociais pela Universidade Estadual de Campinas, Mestrado em Ciências pelo Instituto de Saúde e Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas.

ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8420-1672

RESUMO:
O Apoio Matricial (AM) em Saúde Mental (SM) é uma ferramenta de trabalho clínico e pedagógico, utilizada como um arranjo de compartilhamento entre serviços nos casos de SM mais complexos. No cenário nacional, temos poucos registros de AM em SM em casos de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (STTT).
Objetivo: avaliar e discutir as experiências de AM em Saúde mental nos serviços de APS e saúde do trabalhador e trabalhadora.  Método: Trata-se de   uma revisão integrativa da produção nacional sobre experiências práticas da AM nos cuidados em SM e SMTT a partir de artigos publicados no período de 2009 a 2022. Resultados: Foram selecionados 35 artigos, organizados em 4 categorias:  1) Atenção Primária em Saúde (APS); 2) STT; 3) Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e 4) Estratégias combinadas de AM na APS e RAPS. Discussão: Evidenciou-se que o AM é uma ferramenta potente na ampliação do cuidado na Atenção Primária de Saúde (APS) e de transformação do modelo assistencial, além de aproximar os matriciadores e matriciados e os serviços.  Entre os desafios do matriciamento em SMTT aponta-se a necessidade de maior integração das redes de atenção em Saúde do Trabalhador da APS, sendo esta última ordenadora de uma linha de cuidados. Conclusões: Os resultados mostram que há fragilidade na articulação das redes para cuidado à SMTT, bem como o potencial do Apoio Matricial (AM) para fortalecer a integração entre a Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador (RENAST) e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no cuidado à saúde mental do trabalhador.

DESCRITORES: apoio matricial; atenção primária; saúde mental, saúde do trabalhador e trabalhadora; revisão integrativa

ABSTRACT:

Matrix Support (MS) in Mental Health (MH) is a clinical and pedagogical work tool, used as a sharing arrangement between services in more complex MH cases. In the national scenario, we have few records of MS in MH in cases of Workers' Health (STTT). Objective: to evaluate and discuss the experiences of MS in mental health in PHC and workers' health services. Method: This is an integrative review of the national production on practical experiences of MS in MH and SMTT care based on articles published between 2009 and 2022. Results: Thirty-five articles were selected, organized into 4 categories: 1) Primary Health Care (PHC); 2) STT; 3) Psychosocial Care Network (RAPS); and 4) Combined MS strategies in PHC and RAPS. Discussion: It was evident that MA is a powerful tool in expanding care in Primary Health Care (PHC) and transforming the care model, in addition to bringing matrix supporters and those receiving matrix support closer to the services. Among the challenges of matrix support in SMTT, there is a need for greater integration of the APS Occupational Health care networks, with the latter being the organizer of a line of care. Conclusions: The results show that there is weakness in the articulation of the networks for SMTT care, as well as the potential of Matrix Support (MA) to strengthen the integration between the Workers' Health Care Network (RENAST) and the Psychosocial Care Network (RAPS) in the care of the worker's mental health.

DESCRIPTORS: matrix support, primary care, mental health, worker health (mental?), integrative review

RESUMEN

El Apoyo Matricial (AM) en Salud Mental (SM) es una herramienta clínica y pedagógica utilizada como un arreglo de compartición entre servicios en los casos de SM más complejos. En el contexto nacional, existen pocos registros de AM en SM en casos de Salud del Trabajador y Trabajadora (STT). Objetivo: Evaluar y discutir las experiencias de AM en Salud Mental en los servicios de Atención Primaria de Salud (APS) y Salud del Trabajador y Trabajadora. Método: Se trata de una revisión integrativa de la producción nacional sobre experiencias prácticas de AM en los cuidados de SM y SMTT a partir de artículos publicados entre 2009 y 2022. Resultados: Se seleccionaron 35 artículos, organizados en 4 categorías: 1) Atención Primaria en Salud (APS); 2) STT; 3) Red de Atención Psicosocial (RAPS); y 4) Estrategias combinadas de AM en APS y RAPS. Discusión: Se evidenció que el AM es una herramienta potente en la ampliación del cuidado en la Atención Primaria de Salud (APS) y en la transformación del modelo asistencial, además de acercar a los matriciadores y matriculados a los servicios. Entre los desafíos del matriciamiento en SMTT se señala la necesidad de una mayor integración de las redes de atención en Salud del Trabajador de la APS, siendo esta última la ordenadora de una línea de cuidados. Conclusiones: Los resultados muestran que existe fragilidad en la articulación de las redes para el cuidado de la SMTT, así como el potencial del Apoyo Matricial (AM) para fortalecer la integración entre la Red de Atención a la Salud del Trabajador (RENAST) y la Red de Atención Psicosocial (RAPS) en el cuidado de la salud mental del trabajador.

DESCRIPTORES: apoyo matricial, atención primaria; salud mental, salud mental de los trabajadores, revisión integrativa.

Recebido: 24/01/2025 Aprovado: 10/02/2025

Tipo de artigo: Revisão Integrativa

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa é parte de um projeto de cooperação entre o Ministério Público do Trabalho da 15ª Região, com a Universidade Estadual de Campinas e a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas, sobre transtornos mentais e suicídios relacionados ao trabalho. Uma iniciativa para dar visibilidade ao tema e construir subsídios teóricos, práticas de enfrentamento ao adoecimento mental de usuários e trabalhadores e a partir do fortalecimento de ações de cuidado e educação sobre transtornos mentais e suicídios relacionados ao trabalho. No desenvolvimento deste projeto sobre a saúde mental do trabalhador, prioriza pesquisas sobre o estado da arte de estudos sobre a temática, bem como, o desenvolvimento de estudos teóricos que sirvam como subsídio para novas práticas de ações junto às Redes de Atenção à Saúde (RAS) que possam apontar as melhores formas de organização do trabalho e educação permanente para trabalhadoras e trabalhadores da saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental, sendo o Brasil um dos países com mais alta prevalência em comparação com outros países da América, apresentando taxas de depressão de 5,8% e ansiedade de 9,3% ¹. Além disso, segundo os dados da Previdência Social os Transtornos Mentais Comuns (TMC) são a 3ª causa de afastamentos do trabalho, com 224 mil benefícios previdenciários, com duração média de 180 dias de afastamento². Dados do observatório MPT/OIT apontam que os TMC passaram de 224 mil em 2019 para 289 mil afastamentos em 2020, um aumento de 30% no ano da pandemia da covid-19.

Enquanto as estatísticas da Previdência Social se referem aos trabalhadores formais com direitos a benefícios previdenciários, a outra metade da força de trabalho é atendida exclusivamente pelo SUS. Visto a sua grande abrangência de atendimentos e proximidade com os territórios de vida dos sujeitos, é na APS onde deve se desenvolver o vínculo que que apoia na ordenação das redes de atenção à saúde. Contexto este em que é percebida uma oportunidade de inclusão ao cuidado aos trabalhadores – incorporando e respeitando a determinação do trabalho nos processos saúde-doença – e aproximação ao cuidado às práticas indicadas na Política Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (PNSTT)3. Segundo destaque:

A produção do cuidado aos trabalhadores pela APS ganha relevância no contexto das transformações econômicas em curso no país, responsáveis pelo aumento e diversidade da informalidade e da precarização do trabalho; do desemprego; de más condições de trabalho, com exposição a cargas físicas e psicossociais elevadas, além de frágil proteção social, condições que reforçam a vulnerabilidade social dos trabalhadores. Na situação do trabalho informal em domicílio, de modo particular, a APS tem a possibilidade de romper com a invisibilidade das condições de saúde e trabalho desses trabalhadores, abrindo perspectivas inovadoras de intervenção e proteção em saúde4.

No seguimento do cuidado à Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (STT), identificamos o CEREST. Um serviço de atendimento especializado em Saúde do Trabalhador que além de atender diretamente os (as) trabalhadores (as) de todas as categorias profissionais, deve servir como uma fonte geradora de conhecimento sobre as principais doenças e agravos de uma região de saúde. Por seu papel de assistência e de vigilância em saúde, sua produção e análise de indicadores produz dados que podem ser de extrema valia para as negociações feitas pelos sindicatos e também para a formulação de políticas públicas voltadas ao trabalhador (a)5.

Segundo as diretrizes de trabalho do CEREST fazem parte das atribuições deste serviço junto a RENAST as funções de suporte técnico, de educação permanente, de coordenação de projetos de promoção, assistência e Vigilância em Saúde dos Trabalhadores (VISAT). Para tanto deve estar organizado para ofertar retaguarda  técnica especializada para o conjunto de ações e serviços da rede SUS, o apoio matricial como uma ferramenta para  o  desenvolvimento   das  ações  de  saúde  do trabalhador  na  atenção  primária  em  saúde,  nos  serviços  especializados e de urgência e emergência6.  

O Apoio Matricial (AM) tem se mostrado uma estratégia valiosa em diversas áreas da saúde, como cardiologia, dermatologia e saúde mental. Ao promover a integralidade do cuidado em arranjos compartilhados entre atenção básica e especializada, o AM qualifica a assistência e facilita a resolução de problemas complexos. Essa modalidade de trabalho também garante a educação permanente e a ampliação de conhecimentos dos profissionais envolvidos.

A partir das premissas de coordenação do cuidado, planejamento terapêutico em conjunto, aprendizado para lidar com problemas complexos a partir da integração de equipes com conhecimentos complementares que o Apoio Matricial (AM) ou Matriciamento se tornou relevante para esta pesquisa. Reconhecido como uma estratégia de trabalho colaborativa com potencial para qualificar a atenção à saúde, pautada na integralidade e na produção de cuidados compartilhados.

O AM Trata-se de uma metodologia de trabalho complementar àquela prevista em sistemas hierarquizados e tem papel estratégico para fortalecer o vínculo com o paciente e sua família, ampliando a resolutividade da atenção à saúde – a partir da garantia de retaguarda para casos complexos - e promovendo a humanização do cuidado. Ao proporcionar acesso a especialistas, a APS mantém sua função de coordenadora do cuidado ao mesmo tempo que articula entre profissionais de saúde com especialidades distintas, que atuam em diversos serviços e níveis de atenção7.

Na Atenção Primária à Saúde (APS) o AM gera um efeito multiplicador, ampliando a capacidade de resolução de problemas e fortalece seus laços com o território de pertencimento dos usuários.

Nesse sentido, o foco desta revisão integrativa está em avaliar e discutir as experiências de Apoio Matricial (AM) em saúde mental nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) buscando analisar como essa ferramenta tem sido utilizada na produção de saúde mental do trabalhador. Apontando possíveis arranjos para a conexão de linhas de cuidado que integrem os temas do cuidado e da vigilância em saúde mental do trabalhador e trabalhadora no SUS.

MÉTODO

Trata-se de um estudo qualitativo, de revisão integrativa da produção bibliográfica relacionada à temática do Apoio Matricial e suas relações com a saúde mental e saúde do trabalhador no contexto da RAS no Brasil.

A revisão integrativa da literatura é utilizada para obtenção, identificação, análise e descrição das publicações referentes a um tema específico. Seu desenvolvimento compreende as seguintes etapas, seguidas neste estudo: 1. Estabelecimento do problema (definição do tema da revisão em forma de questão ou hipóteses primárias); 2. Seleção da amostra, após definição dos critérios de inclusão; 3. Caracterização dos estudos (informações a serem coletadas dos estudos, por meio de critérios objetivos). 4. Análise dos resultados (identificando semelhanças e conflitos); 5. Apresentação e discussão dos achados8,9.

Considerando o uso da ferramenta de matriciamento e/ou Apoio Matricial como propulsor do trabalho, especialmente na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e/ou na Rede Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (RENAST), utilizamos as seguintes questões norteadoras

  1. Quais experiências de matriciamento ou apoio matricial em saúde mental encontramos no âmbito da atenção primária?
  2. Quais experiências de matriciamento ou apoio matricial encontram no âmbito da saúde mental e saúde do trabalhador?

A primeira revisão ocorreu no mês de junho de 2023, com desdobramentos nas análises de artigos completos até outubro do mesmo ano. Na etapa exploratória de levantamento de artigos utilizamos os descritores: “Atenção Primária à Saúde” OR “atenção primária” OR “atenção básica”; “apoio matricial” OR “matriciamento” AND “saúde mental do trabalhador”, onde não encontramos resultados para nossa pergunta inicial.

Após esta etapa exploratória, a primeira etapa da construção do banco de artigos foram utilizados os descritores ou palavras-chave: “Atenção Primária à Saúde” OR “atenção primária” OR “atenção básica”; “apoio matricial” OU “matriciamento”; “saúde do trabalhador”; “saúde mental”.

Utilizando o critério de inclusão 'estudos e pesquisas que levantaram experiências de matriciamento em saúde mental e/ou saúde do trabalhador no âmbito da APS no Brasil', foram identificados inicialmente 208 artigos. Após a exclusão de duplicatas, 121 artigos foram e divididos nas seguintes categorias: 84 artigos sobre AM e APS; 31 artigos AM e SM e APS e 6 artigos AM e STT e submetidos a uma análise detalhada de títulos e resumos por dois avaliadores independentes, com um terceiro avaliador para dirimir divergências.

Dessa forma, 84 artigos foram selecionados para análise completa, enquanto 57 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão, ou seja, seus resumos não abordavam a temática do matriciamento em saúde mental e/ou saúde do trabalhador na Atenção Primária à Saúde. Todos os artigos que não apresentaram dados suficientes para determinar a exclusão foram levados para próxima fase de análise.

Na etapa seguinte, os 64 artigos selecionados foram lidos na íntegra e catalogados a partir dos seguintes critérios: Autores; Título da Revista; Ano publicação; natureza do estudo; delineamento; local do estudo e ano da coleta; participantes (N/n), objetivo do estudo; métodos, resultados, conclusão. Desses, 29 foram excluídos por se tratar de revisões de literatura, análises de bancos de dados secundários ou por não terem o apoio em saúde mental e/ou saúde do trabalhador como foco principal. Assim, foram selecionados 35 artigos para a análise detalhada.

O fluxograma de seleção e inclusão dos artigos obedeceu aos critérios do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews), conforme apresentado na Figura 1.

 

RESULTADOS

Dos 35 artigos selecionados, e publicados, entre os anos 2009 e 2022 (13 anos) cerca de um terço deles foram publicados nos últimos cinco anos. O que demonstra que o apoio matricial é tema relevante e longitudinal nas publicações do período analisado. Todos os artigos selecionados utilizaram uma metodologia qualitativa e foi possível observar uma certa confusão ou intersecção no que diz respeito a indicação de delineamento e método na descrição dos estudos selecionados. No que concerne ao uso de técnicas descritas nos métodos dos estudos, evidenciamos um predomínio (24 artigos) do uso de entrevistas semiestruturadas, sendo que sete deles acrescentaram grupos focais e dois estudos combinaram as entrevistas com a observação participante e fazendo uso do caderno de campo como instrumento adicional.

Por se tratar de um dos critérios de inclusão, todos os textos revisados foram publicados em revistas nacionais. No que tange o local de realização do estudo, tem uma concentração decrescente na seguinte ordenação: 22 artigos oriundos da região Sudeste; 14 na região Nordeste; 8 na região Sul e 3 na região Centro-Oeste. Não houve nenhuma publicação oriunda da região Norte do Brasil.

O Apoio matricial (AM) em Saúde Mental (SM) é uma ferramenta de trabalho clínico e pedagógico para suporte, e ao memo tempo um arranjo de cuidado e gestão do cuidado, entre serviços das redes do SUS. No escopo desta revisão consideramos as redes de Atenção Primaria de Saúde (APS), a rede de atenção psicossocial (RAPS) que incluem os CAPS e a Rede Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (RENASTT). Para facilitar a perspectiva de análise, após a leitura dos artigos e discussão, conseguimos agrupa-los em quatro categorias analíticas principais e descritas no quadro I:   Atenção Primária à Saúde (APS)(10, 11,12, 13,14,15); Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (STT)(16, 17, 18, 19, 20, 21, 22) e que incluem os CERESTs ;  Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)(23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38) e Combinação da APS e RAPS(39, 40, 41, 42, 43, 44).

No quadro “apresentação de categorias analíticas” colocado a seguir identificamos as categorias de análise identificadas com um compilado das principais características relacionadas ao AM:


Texto

Descrição gerada automaticamente com confiança baixa


DISCUSSÃO

Consideramos que o AM, no caso deste artigo, se desenvolve enquanto uma prática independente das normativas direcionadas para os Núcleo de Apoio à Saúde da Família 42(NASF), que atualmente já tiveram sua estrutura substituída pela portaria organizativa das Equipes Multiprofissionais 43(e-Multi). Porém, trona-se relevante citar que estas normativas são importantes para permanência da discussão do tema enquanto uma política pública com indução governamental.

Nesta revisão não identificamos experiências de AM compartilhado entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Saúde do Trabalhador. Porém, foram identificados estudos que discutem a) o matriciamento em Saúde Mental a partir da perspectiva dos apoiadores/matriciadores; b) pesquisa que escutam os profissionais matriciados; c) experiências de matriciamento em Saúde Mental pela perspectiva de matriciadores e matriciados. Em alguns estudos, a perspectiva dos familiares também foi incluída, ampliando a análise dos efeitos do apoio matricial. Em dois estudos, a perspectiva dos familiares foi incluída, alargando a análise dos efeitos do AM também para a inclusão da família no cuidado compartilhado.

Os matriciadores, descritos nestes estudos, são profissionais de nível superior com inserção em distintos serviços que vão desde as Secretarias Municipais de Saúde, CAPS, Distritos Sanitários, NASF ou simplesmente como participantes da Rede de Atenção Psicossocial ou profissionais dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST).  Já os matriciados são descritos como profissionais de nível técnico ou superior e que fazem parte das UBS e/ou ESF com destaques para estudos envolvendo a percepção de Agentes Comunitários de Saúde. A baixa quantidade de estudos desenvolvidos a partir da análise de práticas de AM incluindo os CEREST, que totalizaram 6, em sua maioria indicam arranjos não instituídos - ou seja, não formalizados em portarias ou protocolos institucionais - e com utilização de dados de vigilância e ou educação permanente para uso dos sistemas de notificação como ferramentas específicas para o matriciamento.

Os estudos qualificam o AM como uma experiência prática de articulação entre serviços e/ou profissionais. Nem sempre deixam claras as ferramentas utilizadas, mostrando que existem distintos significados, diferentes perspectivas e parâmetros, tanto do apoio quanto das ações que o definem como tal. De qualquer forma, o arranjo predominante se desenvolve entre os próprios profissionais de saúde, identificados como matriciadores e matriciados.

Enquanto experiência a prática de apoio apresenta um padrão de descrição como uma ferramenta de articulação entre serviços, os citados nos estudos foram: NASF/CAPS/SMS-Distrito Sanitário com profissionais de nível superior, prioritariamente psicólogos ou psiquiatras, como apoiadores para as UBS/eSF com destaque para qualificação do trabalho com agentes comunitários de saúde e demais funções técnicas nos serviços.

As análises demonstram que o Apoio Matricial é uma ferramenta clínico-pedagógica utilizada de forma diversa entre os serviços de saúde, ainda sem uma institucionalização uniforme. A maioria dos estudos indica a necessidade de tornar o AM uma prática institucionalizada, com investimento contínuo e reconhecimento formal. Além disso, a importância de envolver todos os profissionais de saúde na construção e implementação do AM é evidente, pois essa prática favorece a horizontalização das relações de trabalho e a qualificação do cuidado. Um exemplo disso são os arranjos que discutem o uso da medicação em saúde mental, promovendo a participação ativa de todas as equipes envolvidas.

O Projeto Terapêutico Singular (PTS) emerge como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento das ações de Apoio Matricial (AM), sendo utilizado de forma generalizada e contínua nos estudos analisados. Além disso, a Educação Permanente em Saúde (EPS) é apontada como uma necessidade constante para a formação tanto dos matriciadores quanto dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). Essa necessidade se estende a todas as categorias profissionais, incluindo nível médio e superior45.

Os estudos revisados indicam que é possível descentralizar o cuidado em SM. Porém, em parte dos estudos este cuidado ainda apresenta características específicas e pouco acessíveis nos espaços de produção comum, como visões de cuidado pautadas na medicalização, práticas biomédicas, modelo hospitalocêntrico asilar desconectadas dos territórios de vida. Territórios estes que são espaço de produção comum entre usuário e equipes de Saúde da Família. Reforçar perspectivas contrárias a esta podem reforçar o AM como uma prática de especialidade produzindo fragmentação do cuidado, demonstrando ainda um lugar de disputa de poder/saber entre as distintas categorias profissionais e entre o papel das equipes de referência e de matriciamento.  Este jogo de poder torna-o mais difícil de ser operado na APS, enfraquece seu papel como estratégia de EPS e enfraquece seu potencial de cuidado interdisciplinar, o que favorece a inclusão  do trabalho  como um dos determinantes  sociais no processo  de saúde- doença.

Na proposta da RENAST, tal qual a ideia geral das RAS, haveria uma integração entre informações e práticas de saúde direcionadas aos trabalhadores (as) e seus ambientes de trabalho, com linhas  de cuidado  que consideram  a APS como  ordenadora  do cuidado  e a principal instância de referência para sustentação  do vínculo e acompanhamento  dos sujeitos em seus territórios existenciais. Com ação conjunta nos níveis de média e alta complexidade- envolvendo cuidados ambulatoriais, pré-hospitalares (UPAS) e hospitalares - dando destaque aos CEREST como um serviço que presta suporte técnico e de qualificação da cultura e da centralidade do trabalho na produção social de uma gama de adoecimentos46.

Como descrito até aqui, Apoio Matricial é uma perspectiva de trabalho clínico e pedagógico, que   acontece   em   compartilhamento    entre   serviços e que tem   seu   uso estrategicamente em casos de SM mais complexos. Se mostra uma ferramenta potente para ampliação do cuidado na APS e tem como horizonte a transformação do modelo assistencial.

A ausência do Apoio Matricial (AM) como ferramenta de uso na Saúde do Trabalhador (STT), integrada à Saúde Mental, evidencia uma lacuna na construção da Rede de Atenção à Saúde, especialmente no que diz respeito à articulação entre a RENAST e a RAPS. Essa ausência pode estar relacionada à falta de preparo dos profissionais para lidar com questões de saúde mental, o que reforça a necessidade de investir em Educação Permanente em Saúde (EPS) para os profissionais dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) que irão desenvolver matriciamento. Além disso, a falta de institucionalização do AM na STT pode ser um obstáculo para a implementação de práticas colaborativas e interdisciplinares.

CONCLUSÕES

Sendo o SUS um modelo de cuidado e assistência à saúde de toda população usuária - com práticas de promoção, prevenção e vigilância -, organizada em redes, esta revisão integrativa avaliou a relevância do apoio matricial (AM) de saúde mental para os trabalhadores e trabalhadoras na rede de Atenção Primária em Saúde (APS) e a importância do AM recebidos pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e Rede de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador e Trabalhadora (RENAST). As práticas de organização de informações e serviços em rede devem ser facilitadoras para indução do cuidado compartilhado e qualificação dos desfechos clínicos mais adequados em STT. Apesar de o AM ser previsto como uma das atribuições dos CERESTs ele ainda não está incorporado sistematicamente na prática dos serviços especializados.  

A revisão evidenciou a fragilidade na articulação entre os serviços de atenção primária (APS), saúde mental (RAPS) e saúde do trabalhador (RENAST) no cuidado à saúde mental do trabalhador. Embora existam iniciativas de apoio matricial, a centralização do cuidado em saúde mental nos CAPS, a institucionalização deste arranjo dificulta a inserção de casos leves nos CEREST. Essa centralização pode limitar o acesso dos trabalhadores a serviços especializados e a notificação de agravos, além de fragilizar a construção de redes de atenção mais colaborativas e interdisciplinares.

Os estudos analisados evidenciaram uma demanda crescente por ações e formatos de institucionalização do apoio matricial, especialmente para o cuidado de doenças relacionadas ao trabalho, como ansiedade, insônia e assédio.

Os resultados mostram o potencial do Apoio Matricial (AM) para fortalecer a integração entre a Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador (RENAST) e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no cuidado à saúde mental do trabalhador. Apesar de obstáculos e desafios relacionados à organização do trabalho entre RENAST e RAPS com vistas à formação de uma linha de cuidados em saúde mental do trabalhador e trabalhadora, compreendemos que é possível pensar em caminhos estratégicos para que os CERESTs sejam protagonistas do AM na APS, potencializando e qualificando esta rede de assistência dos trabalhadores e trabalhadoras nos respectivos territórios de atuação.  


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