INVOLVEMENT WITH PSYCHOACTIVE SUBSTANCES BY PREGNANT WOMEN ATTENDED AT AN AMBULATORY

INVOLVEMENT WITH PSYCHOACTIVE SUBSTANCES BY PREGNANT WOMEN ATTENDED AT AN AMBULATORY

INVOLUCRAMIENTO CON SUSTANCIAS PSICOACTIVAS DE MUJERES EMBARAZADAS ATENDIDAS EN UN AMBULATORIO

Karen Barcelos Lopes – Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Hospital Universitário São Francisco de Paula. ORCID: 0000-0003-0734-938X

Juliane Portella Ribeiro – Enfermeira. Pós-doutora em Enfermagem. Universidade Federal de Pelotas. ORCID: 0000-0002-1882-6762

Adrize Rutz Porto - Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Universidade Federal de Pelotas. ORCID: 0000-0002-5616-1626

RESUMO

Objetivo: investigar o perfil sociodemográfico, gineco-obstétrico e o envolvimento com substâncias psicoativas por gestantes atendidas em um ambulatório no Sul do Brasil. Método: pesquisa transversal, com amostra de 431 gestantes. A coleta de dados ocorreu no período de agosto de 2018 a julho de 2019, por meio do instrumento padronizado Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test e um questionário sociodemográfico e gineco-obstétrico. Na análise de dados foi empregado o teste qui-quadrado. Resultados: a prevalência de uso de substâncias psicoativas entre as gestantes foi de 28,7%, com destaque para o álcool e tabaco. O derivado do tabaco constitui a substância com maior frequência de uso diário (12,3%); que desencadeia maior desejo/urgência de consumo diariamente (11,4%); maior taxa de tentativas de controle nos últimos três meses (9,0%). Conclusão:o uso de substâncias psicoativas suscita o desenvolvimento de ações educativas que estimulem a conscientização sobre suas consequências na gestação, assim como a captação precoce das gestantes para construção de estratégias de redução e/ou abstinência.

DESCRITORES: Saúde materno infantil; Gravidez de alto risco; Usuários de drogas; Enfermagem.

ABSTRACT

Objective: to investigate the sociodemographic, gynecological and obstetric profile and the involvement with psychoactive substances by pregnant women attended at an outpatient clinic in southern Brazil. Method: cross-sectional study with a sample of 431 pregnant women. Data collection took place from August 2018 to July 2019, using the standardized Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test and a sociodemographic and gynecological-obstetric questionnaire. The chi-square test was used for data analysis. Results: the prevalence of psychoactive substance use among pregnant women was 28.7%, with emphasis on alcohol and tobacco. Tobacco derivative is the substance with the highest frequency of daily use (12.3%); which triggers greater desire/urgency of daily consumption (11.4%); higher rate of control attempts in the last three months (9.0%). Conclusion: The use of psychoactive substances raises the development of educational actions that stimulate awareness about its consequences in pregnancy, as well as the early capture of pregnant women to build reduction and/or abstinence strategies.

DESCRIPTORS: Maternal and child health; High-risk pregnancy; Drug users; Nursing.

 RESUMEN

Objetivo: investigar el perfil sociodemográfico, ginecológico y obstétrico y el envolvimiento con sustancias psicoactivas de gestantes atendidas en un ambulatorio del sur de Brasil. Método: estudio transversal con una muestra de 431 gestantes. La recolección de datos se realizó de agosto de 2018 a julio de 2019, utilizando el test estandarizado de detección de alcoholismo, tabaquismo e involucramiento con sustancias y un cuestionario sociodemográfico y gineco-obstétrico. Se utilizó la prueba de chi-cuadrado para analizar los datos. Resultados: la prevalencia de consumo de sustancias psicoactivas entre las gestantes fue del 28,7%, destacando el alcohol y el tabaco. Los derivados del tabaco son la sustancia con mayor frecuencia de consumo diario (12,3%); que desencadena mayor deseo/urgencia de consumo diario (11,4%); mayor tasa de intentos de control en los últimos tres meses (9,0%). Conclusión: El uso de sustancias psicoactivas exige el desarrollo de acciones educativas que estimulen la concienciación sobre sus consecuencias en el embarazo, así como la captación precoz de las gestantes para construir estrategias de reducción y/o abstinencia.

DESCRIPTORES: Salud materno-infantil; Embarazo de alto riesgo; Consumidores de drogas; Enfermería.

RECEBIDO: 08/10/2022

APROVADO: 16/01/2023

INTRODUÇÃO

A utilização contínua e progressiva de substâncias psicoativas na gestação interrompe o curso fisiológico do organismo, propiciando o surgimento de patologias, lesões irreversíveis e até mesmo o óbito, o que repercute no aumento do número de abortamentos, deslocamento prematuro da placenta, bem como elevados índices de mortalidade materna e neonatal.(1)

Pesquisa aponta que o consumo abusivo de substâncias psicoativas está aumentando significativamente nas últimas décadas, resultando em um problema complexo e desafiador para os governantes e sendo notório inclusive no período gravídico-puerperal.

Estudo de coorte, realizado no Maranhão, com 1.447 gestantes, identificou-se que 1,45% fizeram uso de substâncias psicoativas (canabioides e derivados e/ou cocaína e derivado), 22,32% de bebidas alcoólicas e 4,22% utilizavam cigarro.(2)Já na pesquisa realizada na Austrália com 104 gestantes que utilizaram o Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST) como forma de coleta de dados constatou a prevalência do consumo de substâncias psicoativas, sendo a mais consumida os derivados do tabaco (94,23%) seguido de Álcool (35,57%) e maconha (25%).(3)

De acordo com United States Substance Abuse and Mental Health (2018), maior fonte de informação do Reino Unido, no ano de 2018, 5,4% das mulheres relataram usar drogas ilícitas durante a gravidez, observando um aumento substancial, quando comparado com 2010, com 4,4%.(4)O uso de substâncias por gestantes ocasiona consequências de maior extensão, podendo ocorrer danos irreversíveis para a mãe e o feto, como deslocamento prematuro da placenta, surgimento de patologias e até mesmo o óbito materno e neonatal.(1)

A situação não se delimita apenas aos problemas de ordem biológica, mas também há repercussões psicossociais, como vulnerabilidade social e condição socioeconômica instável. Em estudos é referido que mulheres usuárias de substâncias psicoativas tendem a estar em situação de vulnerabilidade, condição econômica desfavorável, culminando em moradia inadequada, baixo nível de escolaridade, desqualificação no mercado de trabalho ou com baixa remuneração.(5,6)

Ademais, as gestantes usuárias de substâncias psicoativas, muitas vezes, são discriminadas devido à associação do uso com irresponsabilidade e delinquência, o que contribui para a negação do uso e não adesão à assistência pré-natal.(7) Não raro, os profissionais encontram tais dificuldades para identificar e acompanhar às gestantes envolvidas com substância psicoativas ao longo do período gravídico-puerperal.

Destaca-se que o rastreamento do consumo de substâncias psicoativas durante o período gestacional é algo incomum e não integra o cotidiano da maior parte dos profissionais da saúde devido ao estigma imposto e desconhecimento quanto à prevalência e recursos terapêuticos. Além disso, gestantes usuárias de substâncias ficam inseguras para relatar tal consumo com seus cuidadores por conta do julgamento por parte dos profissionais da saúde.(8)

Diante desse contexto, o presente estudo teve como objetivo investigar o perfil sociodemográfico, gineco-obstétrico e o envolvimento com substâncias psicoativas por gestantes atendidas em um ambulatório no Sul do Brasil.

MÉTODO

Estudo quantitativo, do tipo transversal, desenvolvido em um município de médio porte, Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, ao sul do Brasil, no período de agosto de 2018 a julho de 2019.

A amostra foi calculada a partir da população estimada de 493 gestantes de alto risco, empregando erro amostral de 2%, nível de confiança de 99% e considerando a prevalência de 28% de gestantes usuárias de substâncias psicoativas, lícitas e ilícitas.(2) Seria necessária uma amostra de 430 gestantes para representar os atendimentos anualmente pelo serviço para essa população. Ressalta-se que no período investigado foi possível captar além da amostra estimada, obtendo-se os dados de 431 gestantes.

A seleção da amostra foi não probabilística por conveniência de chegada ao ambulatório para atendimento, atendendo os critérios de inclusão: ser gestante de alto risco em acompanhamento de pré-natal de um ambulatório universitário federal e comunicar-se verbalmente por meio da língua portuguesa. Já os de exclusão, foram gestantes de alto risco com dificuldades de comunicação devido a alguma comorbidade, como dispneia e abstinência de substâncias psicoativas.

A coleta foi realizada por meio de dois instrumentos: questionário semiestruturado, o qual visou captar informações referentes aos aspectos sociodemográficos e gineco-obstétricos da amostra, abordando idade, escolaridade, estado civil, atividade laboral, idade gestacional, número de gestações, número de filhos, tratamento/acompanhamento psicológico, atendimento de saúde em outros serviços. Na sequência, o Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST) que foi desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com objetivo de direcionar a assistência prestada, de forma que o seu uso balize suas rotinas de trabalho para avaliação do consumo de substâncias psicoativas. Suas propriedades psicométricas da versão brasileira do ASSIST se mostram satisfatória, sendo validado e adaptado para sua aplicação no Brasil, sugerindo sua utilidade na detecção do uso abusivo de álcool e outras substâncias psicoativas.

O instrumento contém oito questões que oferecem informações sobre o uso de substâncias psicoativas na vida; a frequência do uso nos últimos três meses; o desejo ou urgência em consumir; os problemas relacionados ao uso; prejuízo na execução de tarefas esperadas; preocupação a respeito do uso por parte de pessoas próximas ao usuário; tentativas de cessar ou reduzir o uso; sentimento de compulsão e uso por via injetável; e o risco de dependência após o cálculo do escore, com respostas de múltipla escola.(9)

O escore para o Envolvimento Total com Substâncias é dado pela soma dos escores (continuum global de risco) relativa às questões 1 a 8 para todos os tipos de droga. O total da somatória pode ser de até 31 para o derivado do tabaco, e 39 para demais substâncias. Obtendo escore final de zero a três, denomina-se baixo risco, ou seja, embora usem substâncias, eles ainda não apresentam problemas relacionados a esse uso. De quatro a 26, denomina-se risco moderado de desenvolvimento de problemas devido ao uso. Já mulheres com escores acima de 27 apresentam alto risco de dependência da substância e devem ser encaminhados para serviço especializado.

O ASSIST apresentou boa sensibilidade e especificidade na detecção de uso abusivo e dependência de álcool, maconha e cocaína, considerando como padrão-ouro o diagnóstico do questionário International Neuropsychiatric Interview (MINI-Plus). A confiabilidade do instrumento foi boa (alfa de Cronbach de 0,80 para álcool, 0,79 para maconha e 0,81 para cocaína).(9)

Foram calculados frequência absoluta, cálculo de percentuais e intervalos de confianças (IC99%) para a variável categórica, e média (ou mediana) e desvio-padrão as variáveis numéricas. Para análise da associação da frequência do uso de substâncias psicoativas com os problemas de saúde, social, legal ou financeiro, empregou-se o teste qui-quadrado, com nível de significância estatístico de 5% (valor de p≤0,05). Tal associação foi verificada em cada tipo de substância psicoativa.

Os preceitos éticos foram respeitados, conforme Resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido e Assentimento Livre e Esclarecido foram entregues e lidos com as gestantes e puérperas, sendo este assinado pelas mesmas e pela pesquisadora, ficando uma cópia para a pesquisadora e outra para a participante. O projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa da Faculdade de Enfermagem sob Ofício nº 2.843.605 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 96034518.6.0000.5316.

RESULTADOS

A média de idade das gestantes foi de 28,4 anos (DP= 6,9 anos), variando entre 13 e 46 anos. Ao analisar isoladamente o perfil sociodemográfico das gestantes que não consumiram alguma substância psicoativa (N=286; 66,4%) com as que fizeram uso nos últimos três meses (N=144; 33,6%), constatou-se faixa etária predominante em ambos os grupos foi de 19 a 29 anos (50,2%; 50,7%), solteira (52,6%; 56,3%), não possuir atividade laboral (52,7%; 56,3%), com ensino médio completo (34,3%; 30,5%), conforme observado na Tabela 1.

Tabela 1- Dados sociodemográficos de gestantes e o uso de substâncias psicoativas nos últimos três meses. Pelotas- RS, 2018-2019, N=43, 2020.

Variáveis

Uso de substâncias psicoativas nos últimos três meses

 

Não

N(%)

Sim

N(%)

Total

Valor de p*

Idade (em anos)*

 

 

 

 

    ≤ 18 anos

24 (8,4)

8 (5,6)

32 (7,5)

0,525

   19 a 29 anos

   30 a 39 anos

   ≥ 40 anos        

143 (50,2)

99 (34,7)

19 (6,7)

73 (50,7)

49 (34,0)

14 (9,7)

216 (50,3)

148 (34,5)

33 (7,7)

 

Escolaridade

   Ensino Fund. Incompleto

   Ensino Fund. Completo

   Ensino Médio Incompleto

   Ensino Médio Completo

   Ensino Superior Incompleto

   Ensino Superior Completo

   Pós-Graduação

 

57 (19,9)

31 (10,8)

44 (15,4)

98 (34,3)

27 (9,4)

24 (8,4)

5 (1,8)

 

37 (25,7)

19 (13,2)

26 (18,0)

44 (30,5)

9 (6,3)

6 (4,2)

3 (2,1)

 

94 (21,8)

50 (11,6)

70 (16,3)

142 (33)

36 (8,4)

30 (7,0)

8 (1,9)

 

0,379

Estado Civil*

   Solteira

   União estável

   Casada

   Divorciada

   Viúva

 

150 (52,6)

54 (18,9)

79 (27,7)

1 (0,4)

1 (0,4)

 

81 (56,3)

32 (22,2)

30 (20,8)

1 (0,7)

0 (0,0)

 

231 (53,8)

86 (20,1)

109 (25,4)

2 (0,5)

1 (0,2)

 

0,513

Possui Atividade Laboral*

    Não

    Sim

 

149 (52,7)

134 (47,3)

 

80 (56,3)

62 (43,7)

 

229 (53,9)

196 (46,1)

 

0,518

Idade Gestacional*

    1º Trimestre

    2º Trimestre

    3º Trimestre

 

29 (10,2%)

111 (38,9%)

145 (50,9%)

 

26 (18,6%)

57 (40,7%)

57 (40,7%)

 

55 (12,9%)

168 (39,5%)

202 (47,5%)

 

0,027

Número de gestações*

    Um

    Dois

    Três

    ≥ Quatro

 

100 (35,2%)

78 (27,5%)

51 (18,0%)

55 (19,5%)

 

31 (21,5%)

32 (22,2%)

34 (23,6%)

47 (32,7%)

 

131 (30,6%)

110 (25,7%)

85 (19,9%)

102 (23,9%)

 

p<0,001

Abortos*

    Zero

    Um

    Dois

    Três

    ≥ Quatro

 

203 (71,5%)

60 (21,1%)

16 (5,6%)

5 (1,8%)

0 (0,0%)

 

93 (65,%)

31 (21,75)

16 (11,2%)

2 (1,4%)

1 (0,7%)

 

296 (69,3%)

91 (21,3%)

32 (7,5%)

7 (1,6%)

1 (0,2%)

 

0,161

Número de filhos*

   Zero

   Um

   Dois

   Três

   ≥ Quatro

 

109 (38,4%)

84 (29,6%)

63 (22,2%)

15 (5,3%)

13 (4,6%)

 

37 (26,1%)

38 (26,8%)

31 (21,8%)

24 (16,9%)

12 (8,4%)

 

146 (34,3%)

122 (28,6%)

94 (22,1%)

39 (9,2%)

25 (5,9%)

 

p<0,001

Tratamento/acompanhamento psicológico*

    Não

    Sim

 

 

267 (94,3%)

16 (5,7%)

 

 

135 (93,8%)

9 (6,9%)

 

 

402 (94,1%)

25 (5,9%)

 

 

0,062

Atendimento em outros serviços de saúde*

    Não

    Sim

 

 

105 (47,3%)

117 (52,7%)

 

 

54 (47,0%)

61 (53,0%)

 

 

159 (47,2%)

178 (52,8%)

 

 

0,004

          Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

*n < 431 por conta de dados omissos.

Referente ao perfil gineco-obstétrico, a idade gestacional das gestantes variou de sete a 41 semanas, com média de 24 (DP= 8,6). O número de gestações teve uma média de 2,5 (DP=1,5), variando de uma a nove gestações. As gestantes que fizeram uso de substâncias psicoativas nos últimos três meses predominantemente eram multíparas, com quatro ou mais gestações (N= 47; 32,7%), diferente das que não usaram substâncias cuja maioria era primípara (N=100; 35,2%). O número de filhos variou de zero a oito, com uma média de 1,28 (DP=1,3). Ambas as variáveis, número de gestações e número de filhos, apresentaram significância estatística quando associadas ao uso de substância psicoativa, ao aplicar o teste qui-quadrado, valor de p<0,001.

Salienta-se que, das gestantes que fizeram uso de alguma substância nos últimos três meses, 135 (93,8%) não faziam nenhum tratamento/acompanhamento psicológico e 54 (47%) não buscaram atendimento em outros serviços de saúde.

Ao analisar o perfil das gestantes que fizeram uso de substâncias psicoativas nos últimos três meses, 20,8% tinham nenhuma ou uma consulta até a data da entrevista, número maior quando comparadas com gestantes que não fizeram uso, 14,3%. Considerando as gestantes que tinham quatro ou mais consultas de pré-natal, as que não fizeram uso tinham um número expressivo maior (65,7%), quando comparadas com as que fizeram uso de substâncias psicoativas nos últimos três meses (47,9%).

Com relação ao uso de substância psicoativa nos três últimos meses que antecederam a entrevista, 53 (12,3%) gestantes referiram uso de derivados do tabaco diariamente; já o uso do álcool foi utilizado por 68 (15,8%) gestantes, com a frequência de uma ou duas vezes nos últimos três meses. Quanto às substâncias ilícitas, três (0,7%) gestantes relataram ter usado maconha uma ou duas vezes, duas (0,5%) semanalmente e duas (0,5%) diariamente. A cocaína/crack foi utilizada diariamente por duas (0,5%) gestantes. Proporção semelhante foi observada em relação à sensação de um forte desejo ou urgência em consumir substâncias psicoativas, com predomínio do uso de substâncias lícitas, especificamente o tabaco, quando comparadas com as ilícitas nos últimos três meses. Salienta-se que, quanto aos derivados do tabaco, álcool, maconha, cocaína/crack e hipnóticos, foi referido desejo ou urgência de consumo diariamente por 57 (13,2%) gestantes.

Com relação à frequência em que deixaram de fazer algo que era normalmente esperado por elas, duas gestantes mencionaram prejuízo diário devido ao uso de derivados do tabaco (0,2%) e álcool (0,2%) e sete (0,9%) prejuízo uma ou duas vezes nos últimos três meses pelas mesmas substâncias.

Quanto à preocupação de parentes e amigos devido ao uso de substâncias psicoativas, 47 (10,9%) referiram nos três últimos meses em razão dos derivados do tabaco. Já o álcool foi relatado por 30 (7,0%) gestantes, entretanto não nos três últimos meses. Com relação às substâncias psicoativas ilícitas, cinco gestantes relataram preocupação por parentes ou amigos devido ao uso de maconha e cocaína/crack nos três últimos meses (0,7%; 0,5%).

A tentativa de controlar, diminuir ou parar o uso de derivado de tabaco nos três últimos meses da entrevista foi referido por 45 (10,4%) gestantes e 15 (3,5%) gestantes referentes ao álcool. Salienta-se que oito gestantes mencionaram tentativas de controlar, diminuir ou parar o uso das seguintes substâncias ilícitas, sendo quatro (0,9%) de maconha, três (0,7%) de cocaína/crack e uma (0,2%) de hipnóticos e sedativos, nos últimos três meses (Tabela 2).

Tabela 2 – Características de envolvimento das gestantes com substâncias psicoativas. Pelotas- RS, 2018-2019, N=431, 2020.

 

Variáveis

 

Não, nunca

N (%)

Sim, nos últimos três meses

N (%)

Sim, mas não nos últimos três meses

N (%)

Preocupação de outras pessoas com o uso

 

 

 

Derivados do tabaco

348 (80,7)

47 (10,9)

36 (8,4)

Álcool

384 (89,1)

17 (3,9)

30 (7,0)

Maconha

423 (98,1)

3 (0,7)

5 (1,2)

Cocaína/Crack

425 (98,6)

2 (0,5)

4 (0,9)

Anfetamina/Ecstasy

431 (100)

-

-

Inalantes

431 (100)

-

-

Hipnóticos/ Sedativos

431 (100)

-

-

Alucinógenos

430 (99,8)

-

1 (0,2)

Opioides

431 (100)

-

-

Tentativa de controlar, diminuir ou parar o uso e não conseguiram

 

 

 

Derivados do tabaco

347 (80,5)

45 (10,4)

39 (9,0)

Álcool

399 (92,6)

15 (3,5)

17 (3,9)

Maconha

421 (97,7)

4 (0,9)

6 (1,4)

Cocaína/Crack

425 (98,6)

3 (0,7)

3 (0,7)

Anfetamina/Ecstasy

429 (99,5)

-

2 (0,5)

Inalantes

429 (99,5)

-

2 (0,5)

Hipnóticos/Sedativos

429 (99,5)

1 (0,2)

1 (0,2)

Alucinógenos

429 (99,5)

-

2 (0,5)

Opioides

430 (99,8)

-

1 (0,2)

Uso por injeção de substâncias psicoativas

 

 

 

 

 

431 (100)

-

-

 

   Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

 

Referente ao risco de dependência, 91 (21,2%) gestantes apresentaram risco moderado e alto para derivados do tabaco. Quanto ao álcool, 18 (4,2%) gestantes apresentaram risco moderado e uma (0,2%) alto risco. Com relação às substâncias ilícitas, a maconha foi observada como risco moderado de dependência para nove (2,1%) gestantes, seguidas de quatro (0,9%) para cocaína/crack com risco moderado a alto risco, duas (0,5%) com risco moderado para hipnóticos e sedativos e uma (0,2%) para alucinógenos. 

A maioria das gestantes com baixo risco para dependência possuía problemas gestacionais. No entanto, cabe destacar que, destas, 74 (17,2%) possuíam risco moderado a alto de dependência do tabaco, necessitando de intervenção, portanto devendo ser encaminhada para um serviço de atendimento especializado. Também, constatou-se número expressivo de gestantes com risco moderado de dependência do álcool (N=17; 3,9%)

O uso de substâncias lícitas mostrou-se associado à frequência de problemas de saúde, social, legal ou financeiro nas gestantes de alto risco que frequentavam o ambulatório (álcool p<0,001 e derivados do tabaco p<0,037). Com o uso do tabaco, 16 gestantes referiram problemas, com frequência diária (N=11; 2,5%) ou mensal (N=3; 0,7%). Em relação ao uso de álcool, três (0,7%) gestantes tiveram uma ou duas vezes problemas de saúde, social, legal ou financeiro.

DISCUSSÃO

As mulheres constituem um terço das pessoas que usam substâncias psicoativas no mundo, proporção significativa delas está em idade reprodutiva (entre 15 e 44 anos), o que significa que o uso e a gravidez tendem a convergir.(10) As gestantes participantes deste estudo possuíam uma média de idade de 28,4 anos, variando entre 13 e 46 anos, com predomínio de 19 a 29 anos, majoritariamente solteiras, sem atividade laboral e com ensino médio completo. Perfil semelhante foi observado em uma pesquisa realizada no Quênia com 45 gestantes cuja amostra tinha a média de idade de 28,5 anos, variando de 19 a 49 anos, solteiras, sem renda formal e com baixo nível de escolaridade.(10)

 

Com relação ao perfil clínico-obstétrico, os casos de aborto prévio entre as gestantes participantes deste estudo variaram de zero a quatro, com maior prevalência nas gestantes que fizeram uso nos três últimos meses (35%), quando comparadas com as que não fizeram (28,5%). O estudo de coorte do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz, que contou com 1.383 mulheres, apontou que, destas, 42,3% eram tabagistas e 16,6% usuárias de substâncias ilícitas e identificou que um dos fatores associados ao aborto foi o uso de quaisquer substâncias psicoativas na vida e no período de egresso na pesquisa.(11)

As participantes do presente estudo tiveram uma média de 2,5 gestações, variando de uma a nove gestações. As gestantes que fizeram uso de substâncias psicoativas nos últimos três meses, predominantemente, eram multíparas; em contraponto, das que não usaram substâncias, a maioria era primípara. 

Estudo realizado em Porto Alegre, em uma unidade de internação de saúde mental, das gestantes usuárias de substâncias psicoativas, 33 (73,5%) eram multíparas, com mais de quatro gestações(12), indo ao encontro com os achados desta pesquisa.

Entre as gestantes que fizeram uso de alguma substância nos últimos três meses, 135 (93,8%) não faziam nenhum tratamento/acompanhamento psicológico. Salienta-se que uma vez detectado o uso durante as consultas de pré-natal, o profissional deve fazer o encaminhamento para serviços especializados como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).(13) Neste sentido, o sistema de referência e a Contra referência em Saúde é um mecanismo que favorece a troca de informações na rede de atenção, o trânsito do usuário no sistema, e a continuidade do cuidado, considerada uma potente ferramenta que promove a prática integral na saúde. Infelizmente, devido à fragmentação do sistema de atenção, ainda existem algumas dificuldades para sua efetivação(14), que se intensificam quando se trata de gestantes e puérperas usuárias de substâncias psicoativas.(15)
Alusivo às consultas gestacionais, 203 (47,5%) gestantes estavam no terceiro trimestre da gestação, majoritariamente com quatro ou mais consultas gestacionais, estando de acordo com o que é preconizado pelo Ministério da Saúde. Entretanto, 12 gestantes (2,8%) referiram ter nenhuma ou uma consulta de pré-natal até a data da entrevista.Em contrapartida, a pesquisa realizada em Pernambuco com 30 gestantes observou que predominantemente as participantes tinham menos de seis consultas de pré-natal (n=16; 53,3%).(16)
Neste estudo, as condições clínicas identificadas foram predominantemente de ordem metabólica, 91 (21,2%), como diabetes mellitus gestacional (81,3%) e síndromes hipertensivas, 58 (13,5%). Em consonância com esses achados, o estudo realizado em ambulatório de alto risco no Maranhão, com uma amostra de 95 gestantes, observou que a condição de maior prevalência foi hipertensiva específica da gestação (17%), seguida de síndromes hemorrágicas (12%).(17)
Entre as entrevistadas, 29 (6,7%) gestantes mencionaram uso de mais de uma substância, configurando-as como poliusuárias. De forma semelhante, pesquisa realizada em Campinas com 70 gestantes, por meio da aplicação do ASSIST, evidenciou que a maioria das mulheres indicou o uso de duas ou mais substâncias (72,4%), sendo as mais utilizadas os derivados do tabaco (84,2%), álcool (74%), cocaína (28%), maconha (26,3%) e crack (13,1%). Salienta-se que 79% das gestantes que faziam uso de derivados do tabaco perpetuaram durante a gestação; em contrapartida, a maioria que utilizava álcool (79%), cocaína (71,4%) e maconha (70%) cessou o uso durante a gravidez.(18)

No que se refere ao uso de substância psicoativa nos três últimos meses, 53 (12,3%) gestantes relataram o uso de derivados do tabaco diariamente; já o uso do álcool foi utilizado por 68 (15,8%) gestantes, com a frequência de uma ou duas vezes nos últimos três meses. Com relação às substâncias ilícitas, três (0,7%) gestantes referiram ter usado maconha uma ou duas vezes, duas (0,5%) semanalmente e duas (0,5%) diariamente. A cocaína/crack foi utilizada diariamente por duas (0,5%) gestantes.

Estudo realizado em Maryland, nos Estados Unidos, com uma amostra de 500 gestantes, observou que 29% destas fizeram uso de derivados do tabaco no mês que antecedeu a gestação. Durante a gravidez, 17% eram fumantes atuais, 12% ex-fumantes recentes e 71% não fumavam.  A prevalência geral de uso de drogas ilícitas ou prescritas na gravidez foi de 27%, sendo a maconha a substância mais utilizada, com um índice de 22%, seguida por opioides, 4%, e cocaína, 1%.(19)

No que se refere ao uso de substância psicoativa nos três últimos meses, 53 (12,3%) gestantes relataram o uso de derivados do tabaco diariamente; já o uso do álcool foi utilizado por 68 (15,8%) gestantes, com a frequência de uma ou duas vezes nos últimos três meses. Com relação às substâncias ilícitas, três (0,7%) gestantes referiram ter usado maconha uma ou duas vezes, duas (0,5%) semanalmente e duas (0,5%) diariamente. A cocaína/crack foi utilizada diariamente por duas (0,5%) gestantes.

Neste estudo, 57 (13,2%) gestantes relataram a sensação de desejo ou urgência em consumir substâncias psicoativas, com predomínio do uso de substâncias lícitas, especificamente os derivados do tabaco, quando comparadas com as ilícitas nos últimos três meses. Salienta-se que, em relação aos derivados do tabaco, ao álcool, à maconha, à cocaína/crack e aos hipnóticos, referiu-se o desejo ou a urgência de consumo diário.

Estudo realizado no Recife, com 111 gestantes, apontou que 36 (22,5%) relataram desejo e urgência em consumir determinada substância psicoativa durante a gestação. Ademais, 86 (77,5%) apresentaram-se abstinentes por um período, sendo que 49 (57%) ficaram abstinente por mais de três meses. Entretanto, as que ficaram abstinentes durante a gestação, aproximadamente 21% tiveram relato de recaída no puerpério.(20)

Nesta pesquisa, a preocupação de parentes e amigos devido ao uso de substâncias psicoativas foi referida por 47 (10,9%) gestantes por causa do derivado do tabaco; já em decorrência do uso de álcool, 30 (7,0%) gestantes mencionaram preocupação de parentes e amigos, entretanto não nos três últimos meses. Com relação às substâncias psicoativas ilícitas, cinco gestantes relataram preocupação por parentes ou amigos devido ao uso de maconha e cocaína/crack nos três últimos meses (0,7%; 0,5%).

As redes sociais de apoio são de grande importância do ponto de vista da reconstrução e como suporte, ganhando importância na reinserção e reabilitação da usuária na sociedade, bem como no resgate da sua autonomia e diminuição da substância. Pesquisa realizada com três gestantes que fizeram acompanhamento no CAPS- Álcool e drogas, em razão do uso abusivo de substâncias psicoativas apontou que o maior círculo de convivência é a família, em destaque a mãe e o marido da gestante, os quais apresentam maior grau de preocupação e cuidado, além de serem os membros que mais visam à recuperação.(21)

Quanto à frequência com que deixaram de fazer algo que era normalmente esperado por elas, duas gestantes referiram prejuízo diário devido ao uso de derivados do tabaco (0,2%) e álcool (0,2%); sete (0,9%) apontaram prejuízo uma ou duas vezes nos últimos três meses pelas mesmas substâncias. Pesquisadores evidenciam que o uso de drogas pela figura materna pode acarretar problemas no âmbito familiar e social, tais como a desqualificação no mercado de trabalho devido aos efeitos do uso, a descontinuidade no vínculo conjugal, o comprometimento no vínculo familiar e a negligência com os filhos e com o trabalho.(5)

Diante desse panorama, a tentativa de controlar, diminuir ou parar o uso é normal nesse período da vida da mulher, sendo observada, neste estudo, a tentativa de 45 (10,4%) gestantes de se abster dos derivados do tabaco e a tentativa de 15 (3,5%) gestantes de se abster do álcool. Salienta-se que oito referiram tentativas de controlar, diminuir ou parar o uso das seguintes substâncias ilícitas: quatro (0,9%) de maconha, três (0,7%) de cocaína/crack e uma (0,2%) de hipnóticos e sedativos, nos últimos três meses.

O estudo realizado no Espírito Santo, com uma gestante e três puérperas, apontou que aspectos afetivos atuam diretamente na decisão de interromper ou continuar o uso do crack. Na interrupção emergiram os sentimentos de culpa, amor e medo; em contrapartida, com a continuidade do consumo da droga, surgiram os sentimentos de tristeza, prazer, solidão e ausência de vergonha, ocasionando a continuidade do uso.(22)

Nesta pesquisa, 91 (21,2%) gestantes apresentaram risco moderado e alto para derivados do tabaco. Quanto ao álcool, 18 (4,2%) gestantes apresentaram risco moderado e 1 (0,2%) alto risco. A maconha foi observada como risco moderado de dependência para nove (2,1%) gestantes, seguida pela cocaína/crack, em que quatro (0,9%) gestantes apresentaram risco moderado. Duas (0,5%) apresentaram risco moderado para hipnóticos e sedativos e uma (0,2%) para alucinógenos.

Pesquisa realizada em Sergipe com 50 usuários, destes, 3 mulheres que frequentavam um centro de atenção psicossocial álcool e outra drogas, constatou que 52% apresentam grau de dependência nocivo, o que evidencia a necessidade de intervenção breve, e 40% se enquadram dentro do grupo de intervenção intensiva.(15)

O uso de substâncias lícitas mostrou-se associado à frequência de problemas de saúde, social, legal ou financeiro (álcool p<0,001 e derivados do tabaco p<0,037). Com o uso de tabaco, 16 gestantes relataram problemas, com frequência diária (N=11; 2,5%), mensal (N=3; 0,7%) e semanal (N=2; 0,5%). Quanto ao uso de álcool, três (0,7%) gestantes tiveram uma ou duas vezes problemas de saúde, social, legal ou financeiro.
Estudo realizado no Irã com 657 gestantes usuárias de substâncias psicoativas apontou que a utilização contínua e progressiva dessas substâncias interrompe o curso fisiológico do organismo propiciando o surgimento de patologias, lesões irreversíveis e até mesmo óbito, o que repercute no aumento do número de abortamentos, maior taxa de pré-eclâmpsia, deslocamento prematuro da placenta, trabalho de parto prematuro e baixo peso ao nascer.(23)

CONCLUSÃO

O perfil sociodemográfico das gestantes deste estudo, a média de idade foi de 28 anos, solteiras, sem atividade laboral e com ensino médio completo. Já o perfil clínico-obstétrico, a maioria estava no segundo trimestre, primigesta e sem aborto prévio.

Os derivados do tabaco foram as substâncias com maior frequência de uso, sendo apontados como as substâncias que desencadeiam, com maior frequência, desejo ou urgência de consumo; maior taxa de tentativas de diminuição ou abstinência, como também apresentaram risco de dependência de moderado a grave.

Esse panorama expõe que o uso de derivado do tabaco e álcool na gestação constitui-se em um desafio à saúde pública e para os profissionais de saúde, suscitando o desenvolvimento de ações educativas que estimulem a conscientização sobre as consequências do uso de substâncias, mesmo que lícitas, assim como captação precoce das gestantes para construção conjunta de estratégias de redução e/ou abstinência, podendo repercutir na adesão ao acompanhamento contínuo na gestação e puerpério. A partir de tais ações, ampliam-se as potencialidades do acompanhamento desenvolvido por meio das consultas de pré-natal, puerpério e puericultura, no que tange à redução de complicações para mãe e bebê.

Como limitação de generalização dos resultados deste estudo, a realização da pesquisa em apenas um ambulatório poderia representar a realidade de determinada localidade geográfica, mas ao confrontar os achados com a literatura identificou-se semelhança.

 

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