RISKS OF HUMAN IMMUNODEFICIENCY ACQUIRED IN CHILDHOOD: Integrative Review

RESUMO

Objetivo: Analisar e caracterizar as produções técnicas científicas acerca dos riscos da imunodeficiência adquirida na infância. Método: Trata-se de Revisão Integrativa da Literatura por meio das plataformas SciELO (Scientific Eletronic Library On line), BDENF e LILACS, agregando estudos científicos entre os anos de 2013 a 2022, por meio dos descritores: Imunodeficiência adquirida; infância; saúde da criança. Resultados: Com base no estudo, o ano com um maior número de publicações foi o de 2013, quanto a temática os estudos abordam a prevenção da transmissão vertical, a terapia medicamentosa e os fatores ambientais e familiares. Os achados deste estudo apontam para evidências de que os riscos da imunodeficiência adquirida na infância são inúmeros e que os cuidados ainda representam um grande desafio para envolvidos. Conclusão: Os resultados contribuem para a  produção de  novas  pesquisas  e  conhecimentos sobre a temática,  ampliando  assim  a  valorização  do  cuidado  à criança soropositiva.

Descritores: Imunodeficiência adquirida; Infância; Saúde da criança.

ABSTRACT

Objective: To analyze and characterize the technical scientific production about the risks of childhood acquired immunodeficiency. Method: This is an Integrative Literature Review using the SciELO (Scientific Electronic Library On line), BDENF and LILACS platforms, aggregating scientific studies from 2013 to 2022, using the descriptors: acquired immunodeficiency; childhood; child health. Results: Based on the study, the year with a greater number of publications was 2013, as for the theme the studies address the prevention of vertical transmission, drug therapy and environmental and family factors. The findings of this study point to evidence that the risks of childhood acquired immunodeficiency are numerous and that care still represents a major challenge for those involved. Conclusion: The results contribute to the production of new research and knowledge on the subject, thus increasing the value of care for HIV-positive children.

Descriptors: Acquired immunodeficiency; childhood; child health.

RESUMEN

Objetivo: Analizar y caracterizar las producciones técnico-científicas sobre los riesgos de la inmunodeficiencia adquirida infantil. Método: Se trata de una Revisión Integrativa de la Literatura utilizando las plataformas SciELO (Scientific Electronic Library On line), BDENF y LILACS, agregando estudios científicos de 2013 a 2022, utilizando los descriptores: Inmunodeficiencia adquirida; infancia; salud infantil. Resultados: Según el estudio, el año con mayor número de publicaciones fue 2013, ya que en la temática los estudios abordan la prevención de la transmisión vertical, la farmacoterapia y los factores ambientales y familiares. Los resultados de este estudio demuestran que los riesgos de la inmunodeficiencia adquirida en la infancia son numerosos y que los cuidados aún representan un gran desafío para los afectados. Conclusión: Los resultados contribuyen a la producción de nuevas investigaciones y conocimientos sobre el tema, ampliando así la apreciación de la atención prestada a los niños seropositivos.

Descriptores: Inmunodeficiencia adquirida; infancia; la salud del niño

INTRODUÇÃO

A Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida (AIDS) foi identificada pela primeira vez em 1981 nos Estados Unidos. Foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993) como uma pandemia e até hoje é uma das principais patologias infecciosas de curso crônico, sendo considerada como um grave problema de saúde pública1.

A infecção pelo vírus HIV, causador da AIDS, faz com que haja o comprometimento progressivo da imunidade dos indivíduos afetados, podendo causar alterações fisiopatológicas significativas. Além disto, constitui um episódio social que evidencia os dilemas sobre sexualdade, gênero e direitos humanos2.

Mundialmente, a AIDS é motivo de grandes preocupações já que desde o seu surgimento há uma responsabilidade quanto a assistência e cuidados específicos voltados para a pessoa acometida, principalmente, no que se refere a crianças, uma vez que na população pediátrica a infecção parece ser mais agressiva e apresenta um período mínimo de incubação entre contaminação e o início sintomatológico, tendo uma sobrevida menor após o aparecimento dos sintomas3.

De acordo com a UNAIDS, em 2020 existiam 37,7 milhões de pessoas vivendo com HIV sendo que 1,7 milhões eram crianças entre 0 e 14 anos4. Uma das formas de transmissão do HIV na infância é, principalmente, por meio de transmissão vertical que é aquela de mãe para filho. A evolução clínica da AIDS em crianças apresenta diferenças significativas para adultos por isso, compreender o processo de cuidado é fundamental5.

O diagnóstico de AIDS em crianças envolve inúmeras questões e os cuidados devem ser criteriosos devido a interferência da doenças no que diz respeito ao crescimento e desenvolvimento da criança e devido à especificidade da condição sorológica. Além disto, estas crianças são mais vulneráveis a diversas patologias devido ao estado de imunodepressão ao qual se encontram5.

Levando em conta os riscos da imunodeficiência humana adquirida em crianças e os dilemas que envolve esta patologia, que ainda é um enigma para os estudiosos, é importante que pesquisas sobre esta temática sejam incentivadas. Mediante  esta  problemática  surgiu  o  interesse  em desenvolver  esta  pesquisa,  por  meio  de  uma  revisão  integrativa  da  literatura,  tendo  como  objetivo  principal analisar e caracterizar as  produções  técnicas  científicas  acerca  dos riscos da imunodeficiência adquirida na infância. Pesquisas desta natureza tornam-se relevantes por contribuirem na disseminação de informações favoráveis à visibilidade social da frente a temática do estudo.

MÉTODOS

Para alcance dos objetivos do estudo optou-se pela revisão de literatura do tipo integrativa. Este tipo de pesquisa compreende como um método específico cujo objetivo é resumir o passado da literatura, trazendo uma compreensão mais ampla de uma questão específica6.

Para o levantamento bibliográfico deste estudo, fez-se uma busca online nas bases de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online), BDENF e LILACS. No levantamento dos artigos, foram utilizados os seguintes descritores contextualizados ao tema em estudo: Imunodeficiência adquirida; Infância; Saúde da criança. A pesquisa foi efetuada no mês de junho de 2022.

De acordo com os critérios de inclusão, os artigos deveriam estar disponíveis nas bases de dados indicadas e estritamente voltados ao objeto de estudo, entre os anos de 2013 a 2022, na língua portuguesa e inglesa. Foram adotados os seguintes critérios para seleção dos artigos: todas as categorias de artigo (original, revisão de literatura, reflexão, atualização, relato de experiência etc.); artigos com resumos e textos completos disponíveis para análise. Do material obtido, 55 artigos, procedeu-se à leitura minuciosa da obra completa, selecionando apenas aqueles que responderam ao objetivo proposto por este estudo, a fim de organizar e tabular os dados.

Após leitura completa dos artigos, foi possível extrair as seguintes informações: periódico, autores, objetivos, principais resultados encontrados e conclusão, que deram subsídio para responder a problemática do estudo. Os artigos foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão descritos na metodologia, em seguida foram organizados de forma numérica obedecendo a ordem cronológica das publicações. Seguindo os critérios de inclusão, 10 estudos foram selecionados para análise, os quais são referenciados no presente texto. Procedeu-se à análise bibliométrica para caracterização dos estudos selecionados. Posteriormente, foram extraídos os conceitos abordados em cada artigo e de interesse das pesquisadoras. Os trabalhos foram comparados e agrupados por similaridade de conteúdo, sob a forma de categorias empíricas, sendo construídas duas. Posteriormente foi realizada a descrição e discussão dos dados encontrados, e em seguida foi obtido as considerações finais do estudo.

A revisão integrativa da literatura propõe o estabelecimento de critérios bem definidos sobre a coleta de dados, análise e apresentação dos resultados, desde o início do estudo, a partir de um protocolo de pesquisa previamente elaborado e validado. Para tanto, foram adotadas as seis etapas indicadas para a constituição da revisão integrativa da literatura7: 1) seleção da pergunta de pesquisa; 2) definição dos critérios de inclusão de estudos e seleção da amostra; 3) representação dos estudos selecionados em formato de tabelas, considerando todas as características em comum; 4) análise crítica dos achados, identificando diferenças e conflitos; 5) interpretação dos resultados e 6) reportar, de forma clara, a evidência encontrada:

ETAPA 1: Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa: Foi realizada a identificação do tema e seleção de questão que norteou a pesquisa para a revisão integrativa, com isso o tema delimitado foi: Riscos da imunodeficiência humanda adquirida na infância: Revisão Integrativa. Proporcionando responder a seguinte questão norteadora: Quais os riscos da imunodeficiência adiquirida na infância?

ETAPA 2: Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem ou busca na literatura: Após a realização da primeira fase, foi feita a busca nas bases de dados a fim de selecionar os estudos que integraram a revisão. Para isso a internet é a principal ferramenta dessa fase, levando em consideração que as bases de dados possuem acesso eletrônico. Para obter validade interna da revisão é necessário haver uma separação dos estudos para uma seleção crítica.  Foram estabelecidos os seguintes descritores (DeCS): Imunodeficiência adquirida; infância; saúde da criança. As estratégias de busca estabelecidas são baseadas em suas combinações nas línguas portuguesa, e os operadores boolianos OR/OU. As fontes de informação estabelecidas serão: SciELO, BDENF e LILACS.  O recorte temporal será dos últimos 11 anos a partir do ano de 2013. Os critérios de inclusão para seleção dos artigos são: publicações em língua portuguesa e inglesa, e artigos na íntegra e que retratassem a temática anteriormente definida. Como critérios de exclusão eliminaram-se as publicações que não atenderam os critérios estabelecidos na metodologia. 

ETAPA 3: Definição das informações a serem extraídas dos estudos: Dessa forma procedeu-se a definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados. Para analisar e em seguida sintetizar os artigos selecionados com base nos critérios de inclusão, foi elaborada uma tabela para coleta das informações, almejando auxiliar na resposta à questão norteadora dessa revisão integrativa. Para analisar e interpretar os dados de forma organizada e sintetizada, a tabela compreendeu os seguintes itens: ano de publicação, autores, objetivos, principais resultados encontrados e conclusão.

ETAPA 4: Avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa: Foi realizada então, uma análise crítica dos artigos encontrados, observando a similaridade entre os resultados que ajudassem a responder à questão norteadora do estudo. Dessa maneira, esta análise foi realizada de maneira minuciosa, almejando encontrar respostas para os objetivos elaborados.

ETAPA 5: Interpretação dos resultados: Nessa etapa, a discussão dos principais resultados foi realizada. Após o estudo dos artigos através de leitura textual, foi realizada uma vistoria a fim de encontrar as respostas para as dúvidas levantadas nas publicações dos artigos com corte temporal dos últimos onze anos.

ETAPA 6: Apresentação da revisão/síntese do conhecimento: Para chegar à conclusão dessa revisão integrativa, essa etapa apresentou a síntese das evidências encontradas. Nesse estudo foram encontrados os fatores de risco para a imunodeficiência humana adquirida na infância.

RESULTADOS

Selecionaram-se, mediante a busca dos estudos,10 publicações distribuídas da seguinte forma: 5 na SciELO, 3 na LILACS e 2 na BDENF. Verificaram-se, dessas produções publicadas, os artigos que estavam completos e aqueles cuja temática direcionava ao objeto do estudo.

Pôde-se constatar que 80% (8 artigos) foram publicados em periódicos internacionais e 20% (2) publicados em periódicos nacionais.

Observou-se que, nos últimos 9 anos, o ano com o maior número de publicações foi o de 2013. Nos anos de 2015 a 2019 não constam publicações.Os dados coletados apresentaram a distribuição, a seguir, apresentada na Figura 1.

Figura 1: Distribuição dos estudos segundo o ano de publicação, 2022.

Através da leitura minuciosa dos dez artigos encontrados, foi possível organizar os resultados por similaridade de conteúdo, constituindo-se duas categorias de análise referentes aos riscos da imunodeficiência adquirida na infância: aspectos gerais do HIV na infância; principais riscos da imunodeficiência adquirida na infância8-17.

Na análise da metodologia, pode-se observar tanto estudos de natureza qualitativa quanto quantitativa. Envolveu-se, na maioria dos estudos, a população infanto-juvenil.

 Para chegar à conclusão dessa revisão integrativa foi apresentado a síntese das evidências encontradas. Esse estudo mostrou que os ricos da imunodeficência humana adquirida na infância depende de inúmeros fatores que nem sempre tem haver diretamente com o portdor.

Assim, o quadro 1 descrito abaixo traz a identificação das pesquisas no que diz respeito aos objetivos, autor, ano de publicação, resultados alcançados e conclusão dos estudos com o intuito de mostrar como as pesquisas têm abordado os aspectos relacionados à temática.

QUADRO 01: Distribuição das produções científicas segundo as seguintes variáveis: o ano de publicação, título, autoria, objetivo, resultado e conclusão (n=10), 2022.

Ano 

Periódico/

Título

Autoria

Objetivo

Resultado

Conclusão

2013

SciELO/

Hearing loss in children with HIV/AIDS8

Buriti AKL, Oliveira SHS, Muniz L

Investigar a ocorrência de perda auditiva em crianças com HIV/AIDS e verificar sua associação com a carga viral, as doenças oportunistas e o tratamento antirretroviral instituído.

Observou-se que a lamivudina (3TC) foi o antirretroviral mais utilizado em 17 (94,4%) pacientes, seguido do Kaletra (KAL), administrado em 14 (77,8%) pacientes, do d4T em 11 (61,1%) e da zidovudina (AZT) em sete (38,9%). A otite foi a doença oportunista de maior frequência com 11 (61,1%) registros. No exame audiométrico, observou-se 39 (84,8%) orelhas com perda auditiva e sete (15,2%) normais. Na imitanciometria, encontrou-se cinco (10,9%) orelhas normais, caracterizadas por curvas timpanométrica tipo A. As demais 41 (89,1%), mostraram-se alteradas com predominância na curva do tipo B em 67,4% dos casos.

There were hearing alterations in children with HIV/AIDS analyzed in this study. Discreet hearing losses were the most occurring. We verified statistically significant associations with the use of antiretroviral therapy and otitis. Therefore, we point out the importance of auditory monitoring and intervention as soon as possible, thus favoring adequate development in language and decreasing possible difficulties in learning and social inclusion.

2013

SciELO/

Aspectos da linguagem em crianças infectadas pelo HIV9

Granzotti RBG, Negrini SFBM, Fukuda MTH, Takayanagui OM

Avaliar a proficiência lexical e a incidência de distúrbios fonológicos na linguagem de crianças infectadas com HIV.

Os resultados obtidos foram analisados de acordo com os critérios clínicos para a classificação da doença, proposta pelo CDC e sobre o perfil imunológico e a carga viral através do teste de Mann-Whitney para análise estatística. Na avaliação de vocabulário, 100% das crianças apresentaram uma resposta inadequada para a sua idade em pelo menos dois campos distintos conceptuais. Na avaliação fonológica, 67,7% das crianças avaliadas foram consideradas afetadas por algum distúrbio fonológico. Quando comparamos os resultados adequados e inadequados da avaliação fonológica para os parâmetros clínicos e immunovirological de AIDS, tais como classificação clínica (p = 0,16), contagem de CD4 (p = 0,37) e carga viral (p =0,82), não se detectou uma relação estatisticamente significativa entre alterações de linguagem e severidade da doença.

A pesquisa mostrou que o grupo estudado apresenta um alto risco de distúrbios de linguagem e que acompanhamento fonoaudiológico constante é essencial para identificar as alterações precocemente.

2013

SciELO/

Demandas de cuidado domiciliar da criança nascida exposta ao hiv na ótica da teoria ambientalista10

Lima ICV, Pedrosa NL, Aguiar LFP, Galvão MTG

Objetivou-se identificar as demandas de cuidado domiciliar da criança nascida exposta ao HIV, sob a perspectiva da teoria ambientalista.

Os resultados foram contextualizados de acordo com a teoria e organizados em categorias: “vulnerabilidades associadas à estrutura física da moradia”; “ar intradomiciliar e peridomiciliar impuro”; “água utilizada para consumo”; “rede de esgoto e saneamento”; “iluminação e ventilação da residência”.

Conclui-se que o ambiente domiciliar oferece condições ambientais desfavoráveis para a criança. Urge a realização de intervenções focalizadas no ambiente domiciliar, para promover a saúde da criança nascida exposta ao HIV.

2013

SciELO/

Vulnerabilidade ao adoecimento de crianças com hiv/aids em transição da infância para a adolescência11

Bubadué RM, Paula CC, Carnevale F, Marín SCO, Brum CN, Padoin SMM

Identificar situações de vulnerabilidade ao adoecimento de pacientes com HIV/AIDS durante a transição da infância para a adolescência.

No plano individual, foram observados: saber do diagnóstico e não poder falar; reação negativa ao diagnóstico; assumir responsabilidades de se cuidar; dificuldades para tomar os remédios. No plano social: orfandade e/ou adoecimento de um familiar; contar para as outras pessoas o diagnóstico; necessidade de ajuda para lembrarse de tomar o remédio; namoro e início da vida sexual.

Ressalta-se a importância de uma equipe multidisciplinar capacitada para atender às demandas de saúde específicas dessa população, para promover a autonomia do cuidado de si e a inserção social.

2014

LILACS/

The voice of children who live with HIV on implications of the disease in their daily life12

Kuyava J, Pedro ENR.

Conhecer a partir da voz da criança que vive com HIV/AIDS as implicações na sua vida cotidiana.

Se evidenciaram duas categorias: Temores cotidianos da criança com AIDS, e Experiências: o conhecimento vivido. Em relação ao cotidiano as crianças relatam que não têm uma vida diferente aos dos demais; não deixam de fazer suas atividades diárias enquanto vivem com o HIV/AIDS e têm que tomar a medicação. Manifestar ter expectativas positivas para o futuro.

As crianças com HIV/ AIDS vivem uma situação complexa permeada com conflitos graves. No entanto, sua infância é similar aos de outras crianças sem a doença. Os profissionais da saúde, e em especial enfermagem, precisam desenvolver estratégias para o fortalecimento de um vínculo que possibilite à criança e a sua família a manifestação de seus sentimentos, que contribua na condução do processo de viver com esta doença. .

2020

BDENF/

Análise epidemiológica e espacial de hiv/aids em crianças e gestantes13

Feitosa JMF, Conceição HN, Câmara JT, Chaves TS, Pereira BM, Moura LRP, Barreto CS, et al

Analisar o perfil epidemiológico e a distribuição espacial dos casos notificados de HIV/AIDS em crianças e gestantes.

Notificou-se um total de 37 casos de gestantes soropositivas, sendo estas jovens com idades entre 16 e 20 anos (32,5%), pardas (70,3%), com menos de oito anos de estudo (70,3%) e donas de casa (59,5%). Registraram-se apenas três casos de crianças com AIDS.

Conclui-se que o aumento na taxa de incidência de HIV em gestantes, bem como os casos registrados de óbitos em crianças pela AIDS, evidencia a falha na assistência prestada a esses indivíduos.

2020

SciELO/

Audiological assessment of children with HIV/AIDS: a meta-analysis14

Bentivi JO et al.

To analyze the results of the audiological evaluation of children with HIV and AIDS.

278 articles were identified; 26 were included, in which HIV/AIDS was shown to be a risk factor for hearing loss (OR = 5.364; p = 0.00). The studies used different audiological exams, with varying methodologies. There was no difference regarding the type of hearing loss (p = 0.119).

Longitudinal studies using the same type of examination at all stages are suggested, to allow better monitoring of the effects of HIV on the child’s hearing, and studies that provide more methodological details. The knowledge of the influence of HIV on the child’s auditory system may lead to the promotion of measures that minimize the prevalence of hearing loss, allow an early diagnosis and timely rehabilitation, so as not to compromise child development.

2020

LILACS/

Dimensões psicológica e espiritual de pais de crianças vivendo com HIV e AIDS15

Silva Jr., et al.

Investigar a qualidade de vida de pessoas vivendo com HIV e aids, segundo dimensões psicológica e espiritual.

83,3% eram do sexo feminino, 38,8% encontravam-se entre 19 e 32 anos de idade e 55,5% eram casados. 50% concluiu o segundo grau e 44,4% são católicos. Dos discursos, emergiram as categorias dimensão psicológica relacionada à necessidade de ajuda; dimensão espiritual relacionada à necessidade de ajuda e dimensão espiritual de cuidado e saúde do ser humano.

As dimensões emocional e espiritual devem ser abordadas no cuidado às pessoas que vivem com HIV e aids. (AU)

 

2021

LILACS/

Linha de cuidado para crianças e adolescentes vivendo com HIV: pesquisa participante com profissionais e gestores16

Kinalski DDF, Kleinubing RE, Bick MA, Langendorf TF, Padoin SMM, Paula CC

Construir uma linha de cuidado para a atenção à saúde às crianças e adolescentes com HIV. M.

O fato de a atenção à saúde para esta população ser realizada, majoritariamente, nos serviços especializados fomentou a discussão de aspectos conceituais, estruturais e sociais acerca da temática. Pactuou-se como deve ser realizada a atenção centrada no usuário e compartilhada entre os serviços, considerando os atributos qualificadores da atenção. As atribuições de cada serviço, as articulações e a operacionalização foram definidas para a integração entre os pontos da rede. A validação das ideias centrais culminou com a construção da linha de cuidado para crianças e adolescentes vivendo com HIV.

A implantação desse produto adaptado ao cotidiano assistencial dos municípios requer ações estratégicas para a integração dos pontos de atenção e para qualificação da atenção à saúde dessa população.

2021

BDENF/

Linhas de cuidados em saúde às crianças expostas ao HIV17

Rufino SO, Silva SG, Casadevall MQFC, Guerreiro MGS, Silva ARA, Gonçalves MHRB, et al

Identificar na literatura os principais cuidados às crianças expostas ao HIV.

Amostra final foi composta por treze artigos, constituída por nove (69,2%) estudos com abordagem qualitativa e quatro (30,8%) com enfoque quantitativo. Os principais cuidados se concentraram em quatro grupos norteadores: Cuidados com a prevenção da transmissão vertical; Cuidados relacionados à terapia medicamentosa; Cuidados relacionados aos fatores ambientais e familiar; e Cuidados com a alimentação.

O estudo contribui para o entendimento das linhas de cuidados prioritários às crianças expostas ao HIV e expande ideias para novas pesquisas nessa perspectiva.

Fonte: Dados da pesquisa, 2022. 

DISCUSSÃO

A caracterização das pesquisas científicas publicadas em plataformas abertas sobre a imunodeficiência humana adquirida na infância é descrita que ainda é uma temática pouco explorada, que os números de infecções em crianças são cada vez mais preocupantes e que os riscos envolvendo esta patologia, em sua maioria são evitáveis com informações sobre as medidas preventivas8-17.   

 Os estudos apresentam os aspectos gerais no que diz respeito aos cuidados com a prevenção da transmissão vertical, à terapia medicamentosa, aos fatores ambientais e familiares e os cuidados com a qualidade de vida dos afetados8-17.

Diante disto, foram construídas duas temáticas que serão discutidas a seguir:

  • Aspectos gerais da Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida

 Como a AIDS é uma das patologias de maior preocupação mundialmente, as literaturas relatam que a patologia deve ser motivo de estudos constantes já que atinge todas as classes de pessoas, independentemente da sua situação socioeconômica, idade e sexo8-17.

            Com relação a transmissão do HIV pode ocorrer de diversas formas: relações sexuais sem proteção; contato com sangue infectado; transmissão vertical que ocorre de mãe para filho e por meio acidentes ocupacionais9,13,16,17,11.

            Pode-se observar nos estudos que a transmissão materna infantil é motivo de grande preocupação em mulheres infectadas pelo HIV e por isso se tornou uma das estratégias OMS para atingir os objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas18.

            Em alguns estudos aplicados na área da saúde, pesquisadores têm procurado delinear as características que estabelecem o plano individual de vulnerabilidade que contemple os aspectos relacionados ao saber do diagnóstico e não poder falar; reação negativa ao diagnóstico; responsabilidades de se cuidar sem estar preparados e as dificuldades com relação a adesão ao tratamento11,16.

            Os estudos relatam ainda que a infecção pelo HIV leva ao comprometimento progressivo da imunidade dos indivíduos afetados, dando espaço para inúmeras outras patologias. Destacam ainda que a descoberta da terapia antirretroviral (TARV), fez com que houvesse o prolongamento da sobrevida dos pacientes acometidos pela patologia e, consequentemente, o aumento do espectro de doenças agudas e crônicas12,13,15.

  • Riscos da Imunodeficiência Humana Adquirida na Infância

Pode-se perceber através dos estudos alguns fatores de risco com relação  a imunodeficiência humana adquirida na infância , no que tange a faix etária as mães infectadas pelo HIV em sua maioria eram jovens,sem muita instrução,de classe média-baixa.

Com relação ao ambiente foram identificados diversos riscos associados à estrutura física da moradia e sua influência para a saúde da criança exposta10,12,17. Relatou-se, ainda, que a profilaxia deve ocorrer ainda no período gestacional e que essas medidas vêm promovendo redução progressiva da transmissão vertical. Relacionando-se com outros estudos que mostraram que tais medidas são responsáveis pela redução de até 95% da TV em países ricos, chegando a taxas inferiores a 2%18.
Outro fator importante a ser levado em conta quanto aos riscos de imunodeficiência adquirida na infância é o pré-natal, já que, em sua maioria, o diagnóstico do HIV ocorre durante este período e os cuidados no período gestacional, parto e puerpério devem ser compreendidos pelas gestantes como estratégia de prevenção da transmissão. diagnosticadas durante o pré-natal19.
Com relação aos esquemas terapêuticos os estudos mostraram que devem estar adequados ao perfil biopsicossocial dos familiares e à rotina destes. Reforçando, a importância do profissional de saúde na orientação a esses familiares, sugerindo a entrevista motivacional como ferramenta para a adesão ao tratamento10,11,15,17.
Com relação a patologias associadas os estudos mostraram que crianças com diagnóstico de imunodeficiência humana adquirida costumam apresentar quadros de otites com perda auditiva e distúrbios de linguagem. É válido ressaltar que o impacto da doença crônica na infância depende do seu nível de desenvolvimento, bem como do momento em que ela começa a acumular experiências com a doença8,9,14.

CONCLUSÕES

O estudo possibilitou compreender a extensa cadeia causal envolvida na infecção pelo HIV/aids em crianças. A produção científica evidenciou que a infecção de crianças pode ocorrer por meio de relações sexuais sem proteção, contato com sangue infectado e principalmente por meio de transmissão vertical. Além disto, o fato de que as crianças estão sempre em busca de novas descobertas faz com que se tornem mais susceptíveis as infecções.

Nos estudos, foram elencadas diversas situações de vulnerabilidade ao adoecimento de crianças com imunodeficiência humana adquirida. Consta-se que estas crianças podem apresentar disfunções no crescimento e desenvolvimento, quadros de otites com perda auditiva e distúrbios de linguagem, além de impactos biopsicossociais.

Estudos desta natureza ressaltam a necessidade de se reverem  os cuidados e políticas voltadas a este público. Os resultados contribuem para a produção de  novas  pesquisas  e  conhecimentos,  ampliando  assim  as ações de prevenção aos riscos da imunodeficiência adquirida na infância.

Ao realizar este estudo, ficou evidente a insuficiência de dados e abordagens sobre o referido assunto e por isso estudo de revisão integrativa sobre esta temática tornam-se relevantes.

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