VALIDAÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA OS CUIDADOS COM O PÉ DIABÉTICO

VALIDATION OF EDUCATIONAL PICTURE FOR DIABETIC FOOT CARE

VALIDACIÓN DE CUADRO EDUCATIVO PARA EL CUIDADO DEL PIE DIABÉTICO

DEIVID DOS SANTOS DIAS -  ENFERMEIRO MESTRANDO. FACULDADE RODOLFO TEÓFILO/ INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ, MESTRANDO EM ONCOLOGIA. ENFERMAGEM. ORCID: 0000-0001-6412-3382.

BRUNA NEGREIROS DE SÁ - ENFERMEIRA PÓS GRADUANDA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ. PÓS-GRADUANDA EM ESTOMATERAPIA. ENFERMAGEM ORCID: 0000-0001-8387-3031.

LUCIANA CATUNDA GOMES DE MENEZES - ENFERMEIRA DOCENTE DO CURSO DE ENFERMAGEM. CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO-UNIFAMETRO, DOUTORA EM CUIDADOS CLÍNICOS. ENFERMEIRA ESTOMATERAPEUTA (TISOBEST). ENFERMAGEM ORCID: 0000-0002-7828-9065.

MARLEY GOMES DE FREITAS - ENFERMEIRO. CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO-UNIFAMETRO.  ENFERMEIRO PELA UNIFAMETRO. ENFERMAGEM ORCID: 0000-0002-1567-8952.

GABRIELE DA SILVA BOTELHO - PÓS-GRADUANDA. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE). . ESPECIALISTA EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E PÓS GRADUANDA EM ESTOMATERAPIA. ENFERMAGEM ORCID: 0000-0002-5712-0789

ARETA JEOVANE PEROTE DO NASCIMENTO SOUZA -  ACADÊMICA DE ENFERMAGEM. CENTRO UNIVERSITÁRIO FAMETRO – UNIFAMETRO. ENFERMAGEM ORCID: 0009-0000-2204-5400.

RESUMO

Objetivo: validar uma cartilha educativa para os cuidados com o pé diabético. Método: Trata-se de um estudo metodológico com abordagem qualitativa, realizado no segundo semestre de 2020, onde participaram nove juízes. O estudo seguiu os preceitos éticos estabelecidos nacionalmente. Resultado: Dentre os juízes, teve-se o material avaliado por profissionais de regiões distintas do país. No tocante ao IVC total da análise de conteúdo, esta vertente foi considerada válida com pontuação, aproximada de 0,96. Conclusão: A cartilha educativa atingiu um IVC global de 0,97, sendo assim considerada válida para circulação.

Descritores: Diabetes Mellitus; Neuropatias Diabéticas; Tecnologia em saúde; Estomaterapia.

ABSTRACT

Objective: to validate an educational booklet for diabetic foot care. Method: This is a methodological study with a qualitative approach, carried out in the second half of 2020, with nine judges participating. The study followed nationally established ethical precepts. Result: Among the judges, the material was evaluated by professionals from different regions of the country. Regarding the total CVI of the content analysis, this aspect was considered valid with a score of approximately 0.96. Conclusion: The educational booklet reached a global CVI of 0.97, thus being considered valid for circulation.

Descriptors: Diabetes Mellitus; Diabetic Neuropathies; Health technology; Stomatherapy.

RESUMEN

Objetivo: validar un folleto educativo para el cuidado del pie diabético. Método: Se trata de un estudio metodológico con enfoque cualitativo, realizado en el segundo semestre de 2020, en el que participaron nueve jueces. El estudio siguió los preceptos éticos establecidos a nivel nacional. Resultados: Entre los jueces, el material fue evaluado por profesionales de diferentes regiones del país. En relación al IVC total del análisis de contenido, este aspecto fue considerado válido con una puntuación aproximada de 0,96. Conclusión: El folleto educativo alcanzó un IVC total de 0,97, por lo que se considera válido para su circulación.

Palabras clave: Diabetes Mellitus; Neuropatías diabéticas; Tecnología sanitaria; Estomaterapia.

RECEBIDO: 25\04\2023

APROVADO: 17\05\2023

INTRODUÇÃO:

O diabetes mellitus (DM) trata-se de uma doença crônico-metabólica, ocasionado pela ação ou secreção inadequada da insulina1, 2, 3. Dados mostram que em 2021,10,5% da população mundial com faixa etária de 20 a 79 anos vivam com DM, se as tendências atuais persistirem, o quantitativo de pessoas com diabetes foi projetado para ser superior a 783.2 milhões no ano de 20454.

 Ademais, em 2018, estudos apontam que houve uma queda de 1,2% de pessoas com diabetes, na população adulta ao comparar com o ano de 2016, sendo 8,9% caindo para 7,7%; aponta também, nesta mesma população que o percentual de indivíduos diagnosticados com diabetes é inversamente proporcional no que diz respeito à escolaridade5.

No que concerne às complicações do DM, a neuropatia diabética (ND) ganha destaque como sendo a mais prevalente, atingindo 40% dos pacientes, podendo chegar a 60% quando se pensa em indivíduos com idade superior a 60 anos. A ND afeta diferentes partes do sistema nervoso, há uma maior ocorrência nos membros inferiores2, 6.

Tão logo, o autocuidado é imprescindível quando se pensa na prevenção de complicações decorrentes do diabetes, para isso, o enfermeiro pode dispor de tecnologias educativas como instrumento de educação em saúde, onde nesta etapa sobreleva-se o saber fazer e saber usar o conhecimento e equipamento, onde, nesse contexto de aplicação de tecnologia educativa, faz-se necessário para considerar válido o conteúdo desta um IVC global ≥ 0.78, sendo seu valor máximo possível de 1.02, 7, 8.

Assim, sabendo da importância da validação de tecnologias educativas, nesta pesquisa, questiona-se: uma cartilha educativa, usada de modo interativo nas atividades de autocuidado de pessoas com diabetes mellitus, contribui para prevenção e tratamento do pé diabético?

Logo, justifica-se quando se observa que 85% das amputações de extremidades inferiores (AEI) são consequências das úlceras de pés diabéticos (UPD), em nossa atual realidade 1 milhão de pessoas com DM sofrem uma amputação em todo o mundo, o que significa 3 por minuto6. Assim, O presente estudo objetiva validar uma cartilha educativa para os cuidados com o pé diabético.

MÉTODO

Trata-se de um estudo metodológico, por ser referente a validação de uma cartilha educativa para o cuidado com o pé diabético9. O estudo foi realizado no segundo semestre de 2020, onde participaram nove juízes.  Posterior ao aceite dos juízes, era enviada a ficha de avaliação da cartilha.

Na ficha os mesmos deveriam avaliar a tecnologia educativa e registrar suas sugestões para aperfeiçoar o material. Essa ficha foi baseada na Escala de Likert, onde este constitui-se por cinco pontos: quando atribuída nota 5 classifica-se como totalmente adequado, nota 4 como parcialmente adequado, nota 3 parcialmente inadequado, nota 2 inadequado e nota 1 quando não se aplicar.

Para manter o anonimato dos entrevistados e garantir o cumprimento dos preceitos éticos e legais, eles foram identificados por pseudônimos. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da instituição de ensino superior Centro Universitário Fametro – Unifametro pelo parecer de número 3.164.340.

RESULTADOS

Dentre os juízes, teve-se o material avaliado por profissionais de regiões distintas do Brasil, em sua maioria do Nordeste e trêsde regiões distintas.

Consoante as informações profissionais dos juízes de conteúdo, oito eram enfermeiros estomaterapeutas, enquanto que um juiz técnico era jornalista. Quanto ao tempo de formação, sete tem 10 anos ou mais; um entre 6 e 9 anos e um de 3 a 5 anos. Dentre os juízes de conteúdo e aparência, quatrodeles têm o título de mestre, trêsespecialistas e dois são doutores.

Logo, após análise do construto, as opiniões dos juízes foram analisadas de forma qualitativa, por meio das respostas dadas aos itens do instrumento de avaliação que abordou seis categorias preestabelecidas, sendo três delas atreladas a validade de conteúdo, como: objetivos, estrutura e apresentação, e relevância; e três atreladas à validade de aparência, como: linguagem, ilustrações gráficas e motivação.Ao final de cada categoria, os juízes poderiam justificar suas respostas e/ou dar sugestões sobre o constructo. As sugestões não aceitas foram justificadas pelos pesquisadores, conforme ilustra as tabelas 1 e 2.

TABELA 1 - SUGESTÕES DOS JUÍZES DE CONTEÚDO. FORTALEZA-CE, 2020.

TÓPICOS

SUGESTÕES

ACEITA SIM, NÃO OU EM PARTE

JUSTIFICATIVA

1.Objetivos

Não houveram contribuições

Sim

-

2. Estrutura e apresentação

Poderia ser desdobrada em duas cartilhas, uma de prevenção e outra de tratamento.

Não

O objetivo da cartilha é trazer informações para os pacientes que mesmo já tendo desenvolvido lesões, possam prevenir recidivas.

Rever a ortografia.

Sim

-

Buscar imagens mais próximas ao público geral do SUS.

Sim

-

Ser mais objetivo.

Não

Importante enfatizar as informações para o público alvo.

Página 9 toque os pés, rever se não seria suficiente a inspeção diária dos pés pelo paciente.

Não

Quando se orienta o toque nos pés pelo paciente, pensou-se na autoavaliação da sensibilidade, só inspecionar poderia não ficar tão claro para ospacientes.

Página 12. O termo Secagem

Não

Acredita-se ser um termo de fácil compreensão, não sendo necessário trocá-lo.

Página 13. Hidratação dos pés,como usar creme e não hidratar entre os dedos? Poderia também ser sugerido algo mais apropriado ao diabético como as loções à base de uréia e realizar a hidratação dos pés à noite para evitar acidentes como escorregões.

Em parte

Quando se orienta não hidratar entre os dedos, pensa-se na umidade proporcionada pelo creme no local, propiciando proliferação fúngica, não é indicado loção específica pelo nível socioeconômico de maior parte dos pacientes. Aceitamos a sugestão de orientar hidratar a noite para evitar quedas.

Página 19. Calçado adequado. Destacar que as dimensões do calçado deverão ser maiores que os pés para acomodar e permitir movimentos dos dedos.

Não

Colocar no material que o calçado deverá ser maior que os pés pode fazer com que o cliente use um muito grande aumentando o risco de queda.

Página 26 e 27. Subtrair algumas informações que podem causar preocupação ao paciente e amedrontá-lo, como detalhes de procedimentos desbridamento. Vejam se tais informações não seriam melhores se fossem fornecidas durante o procedimento pelo profissional que irá realizar o desbridamento.

Sim

-

Página 29. Curativo em casa. Essas orientações são muito importantes e devem estar em caixa alta.

Sim

-

Página 29. Envolva a bacia no saco plástico. Seria melhor explicar como envolver a bacia ou uma imagem e/ou desenho que retrate o revestimento.

Sim

-

Página 31. Enxugue com gaze, explicar para não enxugar a ferida e também a troca do curativo pode ser diferente conforme os tipos poderia ser mediante orientação da enfermeira estomaterapeuta.

Não

Quando se menciona acerca da troca do curativo, reforça-se seguir a orientação do enfermeiro(a) estomaterapeuta.

Esclarecer melhor o que são os sabonetes enzimáticos.

Sim

-

Páginas 29, 30 e 31. Organizar a sequência das informações dispostas na cartilha no tópico curativo em casa.

Não

As informações estão dispostas no material em ordem lógica.

Página 34.  Embutidos Esclarecer melhor o que são os embutidos.

Sim

-

Página 32 a 35. Conversar com nutricionista para dispor de informações sobre alimentação.

Não

O material dispõe sobre informações bem gerais, pois acredita-se que o enfermeiro tem habilidade científica para abordá-los sobre essa temática.

Páginas 32 a 35. Destacar a ingestão de alimentos orgânicos, naturais, evitando alimentos processados, e excessos de gorduras e açúcares.

Não

Salientar acerca da ingesta de alimentos orgânicos pode não ser conveniente devido ao custo elevados destes, os demais pontos são abordados no decorrer do tópico alimentação.

Páginas 36 e 37. Conversar com outros profissionais da área para ajudá-los a dispor de informações seguras no tópico atividade física.

Não

O material dispõe sobre informações bem gerais, pois acredita-se que o enfermeiro tem habilidade científica para abordá-los sobre essa temática.

Página 38. Conversar com outros profissionais da área para ajudá-los a dispor de informações seguras no tópico medicamentos.

Não

O material dispõe sobre informações bem gerais, pois acredita-se que o enfermeiro tem habilidade científica para abordá-los sobre essa temática.

Página 38. Medicamentos Reveja a informação sobre receitas caseiras.

Em parte

Acrescentando: “Evitar tomar receitas caseiras sem orientação de um profissional de saúde”.

Página 39. Dicas para Viver Bem. Acrescentar o controle da pressão arterial, evitar sucos artificiais e refrigerantes no tópico.

Em parte

Acrescentando: “controle da pressão arterial” no referido tópico.

3.Relevância

Não houveram contribuições

Sim

-

Fonte: dados dos autores, 2020.

TABELA 2 – SUGESTÕES DOS JUÍZES DE APARÊNCIA. FORTALEZA-CE, 2020.

TÓPICOS

SUGESTÕES

ACEITA SIM OU NÃO OU EM PARTE

JUSTIFICATIVA

1. Linguagem

Fazer revisão ortográfica de todo o texto.

Sim

-

2. Ilustrações Gráficas

Definir um padrão gráfico para que a cartilha tenha mais leveza acerca das ilustrações.

Sim

-

O trabalho traz muitas ilustrações em tom um pouco infantilizado, isso pode prejudicar a leitura.

Não

As imagens mais lúdicas contribuem para o entendimento dos clientes.

Também devem-se atentar às margens das páginas.

Sim

-

Respeitar a sangria da edição gráfica.

Sim

-

3. Motivação

 

 

Não houveram contribuições

 

 

Sim

-

Fonte: dados dos autores, 2020

Com base nas pontuações atribuídas em cada tópico pelos juízes foi possível calcular o IVC da tecnologia educativa, o mesmo está retratado nas figuras 1 e 2 a seguir.

FIGURA 1 – IVC do conteúdo da tecnologia, 2020.

Fonte: dados dos autores, 2020.

FIGURA 2 – IVC da aparência da tecnologia, 2020.

Fonte: dados dos autores, 2020.

Por fim, se deu o cálculo do IVC global, retratado na figura 3, de forma a confirmar a validade do material.

FIGURA 3 – IVC GLOBAL DA TECNOLOGIA

Fonte: dados dos autores, 2020.

DISCUSSÃO

Quando se idealizou a elaboração da tecnologia, buscava-se algo completo, que trouxesse para o público a perspectiva de tratamento buscando otimizá-lo, quanto a prevenção de recidivas, desdobrá-la em dois materiais poderia contribuir com a fuga desse foco.

O fato de ser orientado na página nove da cartilha para que o paciente toque seus pés refere-se à percepção sensorial, de tal maneira o mesmo poderá notar áreas de sensibilidade diminuída, formigamento, dormência, dor, contribuindo assim para que esse indivíduo seja mais cauteloso e atencioso quanto ao seguimento das demais orientações10.

Em suma, se os autores optassem pela troca do termo tocar os pés por inspecionar os pés, poderia não ficar claro o que se deseja com aquela orientação, gerando dúvidas ou até mesmo uma compreensão equivocada da mensagem que se desejava passar. O mesmo se aplica ao termo “secagem” mencionado na página 12, buscou-se no material, uma adequação da língua trazendo-a de forma a emitir as informações de maneira clara para o público alvo11.

Se faz imprescindível a adequação das informações encontradas na literatura para que se torne acessível a todas camadas da sociedade independente de seu nível de instrução12.

Durante a hidratação dos pés deve-se evitar o uso do produto entre os dedos, tal ponto deve ser orientado ao paciente. Quando se usa o hidratante entre os dedos se estabelece um meio úmido, sendo propício para proliferação de fungos contribuindo para o aparecimento de futuras lesões13 - 14.

Orientar um produto específico no material pode gerar conflitos internos para os pacientes, uma vez que se tem conhecimento da predominância socioeconômica da população, consequentemente por vezes a impossibilidade de adquirir o produto, diante de sua realidade12.

Ademais, Batista, et al., em 2020 adicionaram em suas orientações que o exemplo de calçado propício para os pacientes com diabetes caracteriza-se prioritariamente pelo conforto, sendo do número ideal para que não fique muito apertado, nem folgado, também não são recomendados calçados de bico fino e chinelo de dedos pois geram pontos de pressão.

Ademais, é pertinente que o material disponha de uma sequência lógica, de modo que corrobore com a compreensão do exposto, devido a isso, houve a recusa de reorganizar as informações acerca da troca do curativo em casa (quando necessário) dispostas nas páginas 29, 30 e 3112.

No que lhe concerne, as páginas 32 a 38 abordam tópicos acerca de alimentação saudável, atividade física e medicamentos, as informações ali dispostas, são informações gerais, onde o(a) enfermeiro(a) como profissional de saúde e parte integrante da equipe multidisciplinar tem competência e respaldo para retratá-las, sendo a enfermagem uma ciência, ademais, é explicitado que há a necessidade de outros profissionais nesse processo de tratamento, onde deve-se seguir suas orientações devido a particularidade de cada caso.

Segundo os juízes experts acerca da perspectiva do tópico que aborda sobre o objetivo (tópico 1, figura 1) da cartilha, seus subtópicos 1.1, 1.2 e 1.3, receberam notas quatro e cinco, obtendo IVC = um, cada. Não houveram sugestões nesta etapa da avaliação.

Por sua vez, acerca da estrutura e apresentação do material (tópico 2, figura 1), seus subtópicos 2.1, 2.2, 2.3, 2.4, 2.5, 2.6, 2.7 e 2.11 foram considerados válidos com pontuação máxima de IVC (um), ademais duas subáreas (2.8 e 2.9) desse tópico foram consideradas válidas com pontuação de IVC = 0,87. No que tange ao subtópico 2.10 onde refere-se à adequação do número de páginas da cartilha, alcançou uma pontuação de 0,75.

No que lhe concerne, houveram algumas sugestões por parte dos juízes no tópico 2, estas foram discutidas anteriormente no estudo, bem como ilustradas no quadro 3 além de seu respectivo aceite, não aceite ou em parte.

No entanto, acerca da relevância da tecnologia (tópico 3, figura 1), seus subtópicos 3.1, 3.2 e 3.3 foram considerados válidos com nota máxima do IVC, porém o 3.4, cujo qual aborda acerca da adequação da cartilha para ser utilizada por qualquer profissional da saúde, atingiu a pontuação de 0,75. No referido tópico não houve sugestões por parte dos juízes.

Ao se referir à validação de aparência (figura 2), foram avaliados três tópicos, o primeiro acerca da linguagem, outro a respeito das ilustrações gráficas e o último relacionado à motivação, estes em conjunto com seus subtópicos receberam pontuação máxima de IVC, sem exceção. Ademais, foram feitas algumas sugestões por parte do juiz, discutidas anteriormente no estudo.

Apresentando IVC global de 0,97 a tecnologia educativa submetida ao processo de validação atinge pontuação satisfatória considerando a literatura base utilizada pelos autores, cuja qual considera uma pontuação mínima de 0,788.    

CONCLUSÃO

Em síntese, na prática apenas a comunicação verbal entre enfermeiro e usuário se torna insuficiente para transferência completa das informações pertinentes, por isso, a relevância de desenvolver e validar recursos educativos, processo que reafirma a Enfermagem como ciência.

Desse modo, o material se torna válido, alcançando um IVC global de 0,97. A tecnologia, por sua vez, é de grande estima para pacientes que convivem com DM, impactando na prevenção e no tratamento de úlceras plantares diabéticas.

Ainda, acredita-se que o presente estudo contribui para prática de educação em saúde da equipe multiprofissional, auxilia no manejo do usuário com diabetes e desenvolve hábitos e práticas que favoreçam seu autocuidado.

REFERÊNCIAS

1 BRASIL. Ministério da Saúde. (2013). Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Diabetes Mellitus. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília, DF.

2 Menezes LGC., Guedes MVC, Oliveira SKP, Rocha RM, Pinheiro AKB, Silva LF, Moura DJM, Coelho, MMF. (2022). Produção e validação do curta-metragem Pés que te quero®: tecnologia educacional para pessoas com diabetes. Revista Brasileira De Enfermagem. 2022; 75 (5).

3 Sociedade Brasileira De Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. São Paulo: Editora Clannad, 2020.

4 International Diabetes Federation. IDF diabetes atlas. 10ª edição, 2021.

5 Brasil. Ministério da Saúde. Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico – VIGITEL. 2018.

6 International Working Group On The Diabetic Foot. IWGDF Guidelines on the prevention and management of diabetic foot disease. [Internet]. IWGDF; 2019.

7 Araújo, C. C. D., Marrero, L., Antunes, T. F., Vidal, A. P., Araújo, B. G. D., & Menezes, E. G. (2022). Validação de vídeo instrucional sobre banho de ofurô em recém-nascido pré-termo para enfermeiros. Escola Anna Nery, 26.

8 Gonçalves, M. de S., Celedônio, R. F., Targino, M. B., Albuquerque, T. de O., Flauzino, P. A., Bezerra, A. N., Albuquerque, N. V., & Lopes, S. C. (2019). Construção e validação de cartilha educativa para promoção da alimentação saudável entre pacientes diabéticos. Revista Brasileira Em Promoção Da Saúde, 32.

9 Pacheco CR, Caniçali Primo C, Fioresi M, Sequeira CA, Nascimento LC, Lopes AB, et al. Infusão endovenosa domiciliar: tecnologias educativas para o cuidado à pessoa com hemofilia. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE02902.

10 Arrigotti T, Silva JJA da, Fraige FF, Cavicchioli MGS, Rosa AS, Jorgetto JV, et al.. Rastreamento de risco de ulceração nos pés em participantes de campanhas de prevenção e detecção do diabetes mellitus. Acta paul enferm [Internet]. 2022;35(Acta paul. enferm., 2022 35).

11 Silva, E. L., Mendez, S. P., Baptista, A. F., & Sá, K. N. (2019). Métodos de elaboração de materiais de educação em saúde para adultos: revisão integrativa. Saúde & Tecnologia, (21), 60-67.

12 Faria CC, Horta TG, Reis JS, Soares AN, Moreira AD. Elaboração e validação de um e-book com as leis sobre o diabetes nas escolas. RevBrasEnferm [Internet]. 2022;75(Rev. Bras. Enferm., 2022 75(3)).

13 Batista IB, Pascoal LM, Gontijo PVC, Brito PS, Sousa MA, Santos Neto M, Sousa MS. Associação entre conhecimento e adesão às práticas de autocuidado com os pés realizadas por diabéticos. RevBrasEnferm. 2020; 73(5):e20190430.

14 Gomes LC, Moraes NM, Souza GFP, Brito FI, J MEA, Cipriano AE, Rezende TM, Júnior AJS. Contribuições de um programa educativo na prevenção de lesões nos pés de pessoas com diabetes mellitus. J. Health NPEPS. 1º de junho de 2021