A Compreensão do Vivido da Mulher Surda Sobre o Atendimento na Consulta Ginecológica

Grace Kelly Silva de Freitas; Guilherme Sacheto Oliveira; Anna Maria de Oliveira Salimena; Natália Maria Vieira Pereira Caldeira; Monalisa Claudia Maria da Silva; Luciano Chaves Dutra da Rocha; Adriana Maximiano Soares; Zuleyce Maria Lessa Pacheco

doi:10.36489/saudecoletiva.2024v14i92p13702-13713

Autores

Grace Kelly Silva de Freitas Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0002-7287-4896
Guilherme Sacheto Oliveira Fundação Presidente Antônio Carlos - Leopoldina https://orcid.org/0000-0003-2642-7320
Anna Maria de Oliveira Salimena Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0001-7799-665X
Natália Maria Vieira Pereira Caldeira Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0002-4231-7116
Monalisa Claudia Maria da Silva Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0002-6185-5171
Luciano Chaves Dutra da Rocha Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0009-0005-1481-8377
Adriana Maximiano Soares Prefeitura Municipal de Juiz de Fora https://orcid.org/0009-0008-6963-0592
Zuleyce Maria Lessa Pacheco Universidade Federal de Juiz de Fora https://orcid.org/0000-0002-9409-8971

DOI:

https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2024v14i92p13702-13713

Palavras-chave:

Serviços de Saúde da Mulher, Exame ginecológico, Surdez, Barreiras ao acesso aos cuidados de saúde, Cuidados de Enfermagem

Resumo

Objetivo: Desvelar os sentidos do movimento existencial de ser mulher surda universitária e seu vivido na consulta ginecológica para o rastreamento do câncer de colo de útero. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, utilizando como alicerce teórico, metodológico e filosófico a abordagem fenomenológica heideggeriana. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista aberta. Resultado: Em todo o processo de atendimento há presença da barreira de comunicação, resultando na falha da promoção do cuidado, pois a mulher necessita de uma terceira pessoa como interlocutora devido à falta de profissionais intérpretes nas instituições de saúde. Conclusão: A falta de acessibilidade para as mulheres surdas durante o atendimento nos serviços de saúde propicia uma posição de fragilidade, tornando-as ainda mais vulneráveis por não receberem o cuidado integral pelos profissionais de saúde.

Referências

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Planalto; 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 12 abr 2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sistema-unico-de-saude-sus. Acesso em: 10 abr 2023.

Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Planalto; 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm.

World Health Organization. WHO estimates that 1 in 4 people will have hearing loss by 2050 [Internet]. 2 Mar 2021 [cited 23 Nov 2022]. Available from: https://www.paho.org/pt/noticias/2-3-2021-oms-estima-que-1-em-cada-4-pessoas-terao-problemas-auditivos-ate-2050.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional de Saúde: 2019. Brasília, DF: IBGE; 2019. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-novoportal/sociais/saude.html.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência. Brasília: Ministério da Saúde; 2010.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Controle do câncer do colo do útero: apresenta as ações para o controle do câncer do colo do útero [Internet]. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero.

Brasil. Governo Federal. Saúde da Pessoa com Deficiência: Rede de Cuidados. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-pessoa-com-deficiencia/rede-de-cuidados-a-pessoa-com-deficiencia. Acesso em: 10 abr 2023.

Francisqueti MV, Costa MAR, Teston EF. Comunicação com deficientes auditivos na ótica de profissionais de saúde. Rev Baiana Enferm. 2018;32. doi:10.18471/rbe.v32.24055. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/24055.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa 2023: Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/estimativa-2023-incidencia-de-cancer-no-brasil.

EQUATOR Enhancing the QUAlity and Transparency Of health Research. Consolidated criteria for reporting qualitative research (COREQ): a 32-item checklist for interviews andfocusgroups. [Internet]. Disponível em: https://www.equator-network.org/reporting-guidelines/coreq/.

Heidegger M. Ser e Tempo. Rio de Janeiro: Vozes; 2014.

Silva BN, Silva VGF, Silva GTR, Motta MGC, Souza NL, Pinto ESG. Referencial fenomenológico nas pesquisas brasileiras de enfermagem a nível stricto sensu: panorama brasileiro. Seção Fenomenologia. Rev Gaúcha Enferm. 2022;43. doi:10.1590/1983-1447.2022.20220150.pt.

Sacheto Oliveira G, Lessa Pacheco ZM, de Oliveira Salimena AM, Messias Ramos C, Fernandes Paraíso A. Método bola de neve em pesquisa qualitativa com travestis e mulheres transexuais. SaudColetiv (Barueri) [Internet]. 4º de outubro de 2021 [citado 25º de julho de 2024];11(68):7581-8. DOI: https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2021v11i68p7581-7588

Francisqueti MV, Costa MAR, Teston EF. Comunicação com deficientes auditivos na ótica de profissionais de saúde. Revista Baiana de Enfermagem. 2018;32. doi:10.18471/rbe.v32.24055. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/24055.

Silva MAG. O enfermeiro e a equipe de enfermagem no atendimento a deficientes auditivos: revisão sistemática da literatura. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa. 2019;16(42). Disponível em: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/1108-3010-1-PB.pdf.

Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução COFEN Nº 381/2011. Dispõe sobre a sistematização da assistência de enfermagem e a implementação do processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. Rio de Janeiro: COFEN; 2011. Disponível em: https://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3812011_6507.html.

Pearson J, Payne D, Yoshida K, Garrett N. Access to and engagement with cervical and breast screening services for women with disabilities in Aotearoa New Zealand. BMC Women's Health. 2018;18(1):115. doi:10.1186/s12905-018-0606-7.

Nascimento EF. O enfermeiro na inclusão social da pessoa com deficiência auditiva. Itabuna: Unime; 2019. 25 p.

Rezende RF, Guerra LB, Carvalho SAS. The perspective of deaf patients on health care. Rev CEFAC. 2021;23(2). doi:10.1590/1982-0216/20212320620.

Santos AS, Portes AJF. Perceptions of deaf subjects about communication in Primary Health Care. Rev Latino-Am Enfermagem. 2019;27. doi:10.1590/1518-8345.3148.3200.

Kushalnagar P, Engelman A, Simons A. Deaf women’s health: adherence to breast and cervical câncer screening recommendations. J Womens Health (Larchmt). 2016;25(11):1137-1146. doi:10.1089/jwh.2015.5636.

Brasil. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dez. 2005. Seção 1, p. 29. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=56430

Ribeiro de Oliveira, M. R., Leonardo Santos, A. C., Moraes Barcelos, F., da Silva Loureiro, V., & Cardoso, F. B. (2022). Conscientização neuropsicopedagógica de profissionais de enfermagem no atendimento ao cliente com deficiência auditiva. Saúde Coletiva (Barueri), 12(83), 12166–12179. https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2022v12i83p12166-12179