Uma Análise Sobre Trabalho e Adoecimento Feminino
DOI:
https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2025v15i94p15341-15356Palavras-chave:
Adoecimento das mulheres, Sobrecarga de trabalho femininoResumo
Este artigo analisa a relação entre a sobrecarga de trabalho e o adoecimento das mulheres, argumentando que a divisão desigual do trabalho, somando os trabalhos remunerado e não remunerado, contribui significativamente para o desgaste físico e emocional feminino. Utilizou-se dados estatísticos para demonstrar a sobrecarga de trabalho e o maior adoecimento físico e psicológico das mulheres. A pesquisa evidencia que, embora as mulheres cuidem mais da própria saúde, recorrendo com maior frequência a serviços médicos, elas apresentam índices superiores de doenças crônicas, transtornos de ansiedade e depressão quando comparadas aos homens. O texto discute a invisibilização do trabalho doméstico e sua contribuição para a desigualdade de gênero, além da necessidade de políticas públicas mais abrangentes para a saúde integral da mulher. Proposta de ressignificação do trabalho de cuidado, sugerindo modelo mais equitativo e sustentável, que valorize e redistribua essas responsabilidades, promovendo maior justiça social e bem-estar para as mulheres.
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