CONHECIMENTO DOS GESTORES MUNICIPAIS DE SAÚDE SOBRE AS POLÍTICAS DO SUS: proposta de tecnología educativa
KNOWLEDGE OF MUNICIPAL HEALTH MANAGERS ABOUT SUS POLICIES: PROPOSAL OF EDUCATIONAL TECHNOLOGY.
CONOCIMIENTO DE LOS GESTORES MUNICIPALES DE SALUD SOBRE LAS POLÍTICAS DEL SUS: UNA PROPUESTA DE TECNOLOGÍA EDUCATIVA
Autores:
KELLEN DA COSTA BARBOSA - FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARì
RESUMO:
Objetivo: avaliar a análise do Conhecimento dos Gestores Municipais de Saúde na Região de Saúde do Tocantins – Pará, sobre as políticas públicas e propõe a partir daí uma ferramenta educativa. Método: o estudo foi conduzido com base no método qualitativo descritivo. Sendo entrevistados 08 Secretários Municipais de Saúde, em reuniões do Colegiado de Gestão. Resultado: o apanhado das informações dos gestores em confronto com o referencial teórico deu suporte ao desenvolvimento do aplicativo móvel ‘Gestor Legal’, produto final desta pesquisa. Que trouxe em sua formatação a resposta das principais dificuldades destes gestores na tomada de decisão do SUS. Conclusão: desta forma, destaca-se que os gestores de saúde, necessitam onde acesso as informações coerentes e oportunas, para subsidiar sua prática de gestão e estimular o processo de planejamento em saúde como exercício de uma prática gerencial pautada no cuidado em saúde da população.
Descritores: Gestão em saúde; Tecnologia em saúde; Sistema Único de Saúde.
ABSTRACT: Objective: to evaluate the analysis of the Knowledge of Municipal Health Managers in the Health Region of Tocantins – Pará, about public policies and, based on that, propose an educational tool. Method: the study was conducted based on the descriptive qualitative method. Eight Municipal Health Secretaries were interviewed at meetings of the Management Board. Result: the collection of information from managers in comparison with the theoretical framework supported the development of the mobile application 'Legal Manager', the final product of this research. Which brought in its format the answer to the main difficulties of these managers in SUS decision-making. Conclusion: in this way, it is highlighted that health managers need where to access coherent and timely information, to support their management practice and encourage the health planning process as the exercise of a managerial practice based on the health care of the population.
Descriptors: Health management; Health technology; Health Unic System.
RESUMEN: Objetivo: evaluar el análisis del Conocimiento de los Gestores Municipales de Salud de la Región Sanitaria de Tocantins - Pará, sobre políticas públicas y, en base a ello, proponer una herramienta educativa. Método: el estudio se realizó con base en el método descriptivo cualitativo. Se entrevistó a ocho Secretarios Municipales de Salud en las reuniones del Consejo de Administración. Resultado: la recolección de información de los gerentes en comparación con el marco teórico apoyó el desarrollo de la aplicación móvil 'Legal Manager', el producto final de esta investigación. Lo que trajo en su formato la respuesta a las principales dificultades de estos gerentes en la toma de decisiones del SUS. Conclusión: de esta manera, se destaca que los gestores de salud necesitan dónde acceder a información coherente y oportuna, que sustente su práctica de gestión e incentive el proceso de planificación en salud como el ejercicio de una práctica gerencial basada en el cuidado de la salud de la población.
Descriptores: Gestión de la salud; Tecnología sanitaria; Sistema único de Salud.
Tipo de artigo: Artigo Qualitativo
Recebido: 15/07/2021 Aprovado:01/06/2023
Introdução
O 6º Centro Regional de Saúde – 6º CRS, localizado no município de Barcarena, integra juntamente com o 13º Centro Regional de Saúde, localizado no município de Cametá, a Região de Saúde do Tocantins/PA, que é composta por nove municípios com características loco-regionais muito similares e que convergem em cultura, população e condições do processo saúde-doença afins. Com uma população, de aproximadamente, 700 mil pessoas suas peculiaridades locais integram um labirinto de prioridades frente ao desafio de gerir acesso a serviços de saúde1.
E no processo de avaliação dos serviços de saúde dos referidos municípios, realizados pelos Centros Regionais, são identificados problemas na grande maioria dos serviços de saúde, que não acontecem conforme metas e pactuações (baixa cobertura de serviços, oferta insuficiente de consultas, longas filas, descontinuidade do cuidado), sendo o papel dos Centros Regionais de Saúde, o acompanhamento do desempenho dos indicadores e metas pactuados pelos municípios2.
E na ocorrência da baixa efetividade dos serviços de saúde há evidências relacionadas ao desconhecimento dos gestores acerca das políticas públicas de saúde no país causando expressiva queda na qualidade desses serviços e as constantes trocas de gestores, ocasionada por situações diversas e a baixa qualificação, relacionados às políticas públicas de saúde, comprometem toda uma lógica e dinâmica dos cuidados e práticas necessárias para implementação e execução dessas políticas com qualidade. Tornando necessário identificar se o conhecimento oportuno e uso das ferramentas de gestão e normativas do Sistema Único de Saúde - SUS contribuiriam para a melhoria dos indicadores de saúde municipais da região3.
Então, identificar este conhecimento, dos gestores de saúde, e principalmente identificar suas prioridades quanto as políticas de saúde, dentro do processo de planejamento da gestão municipal. E posteriormente, ofertar todo este conteúdo de informação, passível de portabilidade, adaptação e ampla abrangência, por meio das tecnologias computacionais; é a proposta desta pesquisa4.
E está ferramenta educativa que dará suporte no processo de gestão municipal da saúde com mais clareza. Ofertando qualidade ao processo de gestão na região e seus prováveis desafios, construída a partir das necessidades dos secretários de saúde4.
Além disso, promover aos gestores um novo nível de discussão e formatação das gestões, através do empoderamento de ferramentas e normativas, já existentes, necessários ao processo de construção do cuidado em saúde é um passo singular ao enfrentamento das ‘fragilidades gerenciais’4, onde a clarificação das regras do jogo ajuda a prevenir a politização excessiva, que ocorre quando este agente possui sua indicação a partir de critérios políticos e não por critérios de competências gerenciais³,5.
Método
Trata-se de uma pesquisa qualitativa que permite desvendar a relevância dos conceitos e seus significados na construção do conhecimento5,6 e a partir disso propor o desenvolvimento de uma produção tecnológica no formato de um aplicativo móvel que forneça aos gestores suporte na tomada de decisões.
Foram entrevistados os Gestores de Saúde que compõe a Região de Saúde do Tocantins/PA totalizando 08 (oito) Gestores. E os critérios de inclusão foram: secretários municipais de saúde nomeados pelo prefeito (a), aceitação voluntária para participar com Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) compreendido e assinado. Os critérios de exclusão foram a não aceitação voluntária em participar da pesquisa, o que ocorreu com um (01) dos secretários durante a pesquisa.
A coleta de dados foi executada nos intervalos de três reuniões da CIR Tocantins no município de Cametá, nos meses de abril, maio e junho de 2016. Foram realizadas entrevistas com roteiro semiestruturado, que dispunha de questionamentos acerca das normativas do SUS de conhecimento dos gestores, o uso das ferramentas de gestão e as pastas de financiamento da saúde. As perguntas do instrumento tiveram base na necessidade de apontar os principais tópicos abordados no referencial teórico e sua contribuição para o fortalecimento da gestão em saúde. Em seguida as entrevistas foram previamente agendadas pelo Gestor de Saúde. E os participantes tiveram seus nomes substituídos pela letra do alfabeto G, relacionada a palavra Gestor, e seguida das numerações de 1 à 8, referente ao total de municípios na região, que aceitaram participar, por exemplo G1, G2, G3, respeitando a Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde e aprovação do Comitê de Ética da FSCMP.
Os dados foram analisados através do método da análise de conteúdo6. Que operacionalmente, desdobra-se nas etapas: pré-análise, exploração do material ou codificação e tratamento dos resultados obtidos/ interpretação. Sendo permitido ao pesquisador, após a codificação dos dados, identificar cinco categorias.
Resultados e discussão
Os dados coletados foram organizados, analisados e agrupados em cinco categorias, as quais apresentam-se a seguir:
1.Gestão em Saúde
Nesta categoria podemos avaliar a percepção dos gestores sobre o que seria a Gestão em Saúde e sua real ação na vida das pessoas, através da análise das falas constatamos que há um consenso de que Gestão em Saúde está relacionada a promoção do bem-estar coletivo.
Trata da gestão em Saúde, através da referência da lei 8080/1990, trazendo a universalidade do direito a saúde como uma responsabilidade do Estado (gestão)9, em garantir condições de formulação e execução de políticas que garantam esta universalidade, ora por meio de condições econômicas e sociais, ora por meio de estratégias de redução de riscos e agravos a doenças. Todavia, percebemos que não houve uma unanimidade quanto ao uso de ferramentas e instrumentos que promovam a gestão em saúde com mais eficiência, entendendo estes instrumentos como algo empregado para se atingir um resultado, que no caso da gestão em saúde seria a melhoria, o benefício do bem comum e da qualidade dos serviços.
Sendo estes saberes e recursos, as ferramentas e instrumentos de gestão que permitem ao gestor, incorporar um perfil profissional ao assumir um cargo público com responsabilidade técnica e administrativa12. Onde afirma que somente o conhecimento das competências e diretrizes de cada esfera de gestão poderá garantir e fazer valer o que preconiza a Lei Orgânica do SUS.
Neste sentido os gestores possuem responsabilidades “sanitárias e cidadãs” de instigar, promover e participar de debates com a sociedade para o fortalecimento do sistema como direito de todos19. E de participar e promover encontros e qualificações que fortaleçam a relação interfederativa que favoreçam os espaços de negociação dos gestores no fortalecimento de políticas de saúde com “discriminação positiva” para a região amazônica.
2.Instrumentos, leis e portarias de relevância para a Gestão.
Outro ponto a ser debatido é o da percepção do ser gestor em saúde com suas competências e habilidades, onde ferramentas são necessárias para a construção de uma gestão qualificada. E quando nos reportamos a ‘instrumentos de gestão’, estamos buscando o que se descreve para o planejamento e gestão no SUS6, que seriam: plano de saúde, programações anuais e relatórios de gestão, entre outros.
E em todas as falas expressas identificamos uma preocupação com o conhecimento de portarias e outras ferramentas, que tornem a gestão qualificada e a necessidade de tê-las em tempo oportuno, todavia durante as entrevistas não identificamos uma preocupação intrínseca do gestor em dominá-la, mas a potencialidade de um outro agente de planejamento que conduza essas diretrizes e oriente este gestor6.
O que nos remete a necessidade do gestor em possuir ferramentas adequadas e sem distorções para a tomada de decisões, tendo o Plano Municipal de Saúde como ferramenta primordial para a condução de seus passos na construção de um projeto de governo que atenda às necessidades da população7. E esta ferramenta nem se quer foi mencionada pelos entrevistados, o que nos preocupa quanto a diretriz a ser tomada na construção de um projeto de governo para a saúde nos municípios avaliados e na própria necessidade de manter políticas públicas de saúde em um continnum, para a garantia de acesso e integralidade, como pré-natal, combate à dengue, agentes comunitários de saúde e outros6,7,8,9.
O conhecimento superficial destas ferramentas, ou a transferência de responsabilidade a outrem, transforma este Gestor em um ator fragilizado e manipulável. E o planejamento das ações e serviços de saúde incoerentes com as necessidades reais da população11.
Logo, conhecer esta ferramenta, participando de seu processo de elaboração, execução e avaliação, permite ao gestor um domínio de sua gestão através de resultados.
3.Dificuldades e desafios para a gestão em saúde.
E buscando desvendar o fazer saúde em nossa região, onde tivemos o próprio papel do gestor e suas ferramentas mais utilizadas ou necessárias a gestão em saúde discutidas anteriormente, esta terceira categoria trás os desafios e dificuldades enfrentadas pela gestão na região do Tocantins, aqui resumida em financiamento dos serviços, dimensão geográfica (condição amazônica) e serviços de saúde (processo de trabalho).
No entendimento de dois gestores as dimensões geográficas com suas enormes peculiaridades, nos testam em fazer saúde com um orçamento pré-definido dentro de um território que muda constantemente, com pouca infraestrutura e onde os vazios assistenciais se apresentam condenando populações a longas esperas, diagnósticos tardios e baixa prevenção de agravos. Devido as singularidades amazônicas frente a uma integração de políticas públicas com o restante do país, no alcance da cidadania por essas populações10,11.
E entendendo este espaço geográfico, como uma instância social que possui um dinamismo próprio e peculiar. E por assim dizer cria suas estratégias de sobrevivência, conduzindo os gestores a distorções da política de saúde11 para uma atuação de política local, que perpetuará serviços desiguais e fragmentados.
Para mais de 60% da população da região, que mora na zona rural e entende-se isso ilhas que distam quilômetros ou horas de sede dos municípios. A grande preocupação dos gestores em administrar serviços, demanda reprimida e economia de escala, com um financiamento escasso para atender uma política padronizada para a região amazônica o fazer saúde, com qualidade, é um grande desafio.
Além disso, a cobertura mínima de financiamento para as necessidades do SUS já reforça a necessidade de se instituir outros critérios de financiamento que reconheçam as diversidades regionais13,19. Dessa forma chega-se a segunda dificuldade apresentada pelos gestores que é o repasse insuficiente de recursos financeiros por parte do governo federal e estadual. Porém, este subfinanciamento está nos alicerces do SUS e é fator impeditivo do cumprimento dos preceitos constitucionais do acesso universal e atendimento integral9.
Destacamos, também, as quatro questões fundamentais para a implementação da gestão em saúde que são: a descentralização, o financiamento, o controle social e a política de recursos humanos14. Afirmando que os gestores municipais devem buscar alternativas de regulamentação e segurança dos trabalhadores do SUS, especialmente do Saúde da família, e, por conseguinte, cobrar empenho e dedicação dos profissionais de saúde, para que haja integração das competências profissionais e as necessidades do coletivo.
4.Organização dos serviços de saúde com qualidade
Na quarta categoria quando questionados sobre os possíveis passos para a organização dos serviços no alcance da qualidade dos atendimentos, os gestores pontuaram várias alternativas que influenciam na qualidade dos serviços, onde as falas não se repetem, demostrando um conhecimento quanto as condições necessárias para a organização dos serviços de saúde com qualidade, todavia engessados em práticas ineficazes.
E no que foi relatado como organização dos serviços, sua condição está atrelada ao uso das ferramentas adequadas para a qualidade da gestão em saúde. A maioria dos gestores ainda associa a qualificação dos serviços, com o aumento dos rendimentos em saúde. Esquecendo que para tal é necessário um investimento em qualificação dos profissionais e equipe técnica, um olhar voltado ao planejamento em saúde e processos normativos de apoio técnico e avaliação. Isso destaca uma idéia muito simplista do processo de gestão em saúde, focado na organização dos serviços.
Um exemplo disso é que um dos papeis principais do Decreto 7.508/2011 foi de regular a estrutura organizativa do SUS, instituindo o planejamento em saúde e o processo de regionalização como o verdadeiro princípio organizativo do sistema, a partir das necessidades da população. E o que causa certo desconforto em perceber que o processo de regionalização, organização dos serviços em redes de cuidado e planejamento em saúde não foi apontado.
Retratam a centralização das decisões por parte dos prefeitos, dificultando a autonomia e a tomada de decisões dos secretários de saúde, que deve ter o papel de deliberar junto ao prefeito na decisão final³. Pois não há um suporte legal que oriente as práticas e limites de poder entre os entes do executivo, deixando margem para muitos Gestores em Saúde não possuírem autonomia de decisões e não serem ordenadores de despesas. Colapsando muitos serviços e gerando escassez de cuidados e desvios de finalidade.
Outro ponto a ser avaliado, para que se alcance uma organização dos serviços de saúde é quando afirma que a falta de monitoramento e avaliação inviabilizam a gestão por qualidade11. Os gestores não utilizam os indicadores de saúde na prática, o que os força a tomarem decisões mais políticas do que técnicas. Desta forma temos os recursos da saúde sendo utilizados de forma inadequada. Formando uma giranda de iniquidades que consomem o pouco recurso e não altera o perfil epidemiológico.
5.Tecnologia e Gestão em saúde
Finalmente, na última categoria, descreve-se a formatação de um instrumento necessário a gestão, para o apoio a tomada de decisão com qualidade e garantia de acesso aos serviços de saúde integrais e equânimes.
A construção dos significados, até aqui, permite registrar o que de maior relevância garantirá um aporte de fortalecimento aos gestores da região de saúde do Tocantins. Este aporte, neste estudo, está organizado em uma ferramenta digital de uso livre através de uma tecnologia educacional, no formato de um aplicativo móvel (APP) contendo as principais ferramentas elencadas pelos gestores da região de saúde do Tocantins, necessárias a informação técnica para a tomada de decisão.
Propõem que para o alcance da eficiência e eficácia da gestão em saúde no Brasil o uso de tecnologias eletrônicas de comunicação e informação, além de um esforço permanente de capacitação e profissionalização destes profissionais, reparam algumas das fragilidades da gestão que seriam a falta de autonomia, por desconhecimento técnico; o despreparo profissional e a alta rotatividade³,15.
A informação em saúde já está instituída no país há alguns anos, porém não tem um uso adequado no SUS e nem é vista como um bem público formador e avaliador do cuidado prestado. Sendo um desafio o desenvolvimento de tecnologias para a disseminação da informação10.
Além disso, os aplicativos multimídias constituem-se em ferramentas de apoio pedagógico para a construção e a aplicação de conhecimentos16. E o uso da comunicação móvel celular, como fenômeno contemporâneo, tem foco de impacto no processo de aprendizagem permitindo ao indivíduo possibilidades de interação e construção de saberes.
O desenvolvimento de soluções computacionais em formato de aplicativo (softwares) para dispositivos móveis representa um meio eficaz de disponibilizar conteúdos e atingir o público-alvo. E isso requer adequada coleta de dados, pois a informação é o principal elemento da tomada de decisão, como ferramenta para a qualidade da assistência e gestão17,18,19,20,21,22.
E a informação em saúde tem sua necessidade apontada para suprir o atraso tecnológico, baixa conectividade, baixa qualificação profissional, desigualdade e desorganização do SUS17. Por isso, ela precisa acontecer como importante, porém não única, ferramenta de construção de práticas de saúde resolutivas e oportunas.
Logo, a necessidade de analisar o conhecimento dos gestores de saúde, na gestão das políticas públicas de saúde dos municípios, elencando suas principais fragilidades e ofertando este conhecimento através do desenvolvimento de tecnologias para a área da saúde, neste estudo, denominada de Gestor Legal, seja um novo caminho para o fortalecimento de tomada de decisões mais assertivas e coerentes.
Conclusão
Ao fim deste estudo conclui-se que os objetivos propostos foram alcançados. Por meio da análise do conhecimento dos gestores municipais de saúde da região do Tocantins/PA na gestão das políticas públicas de saúde identificou-se um cenário de grandes desafios na estruturação dos serviços e cuidados para a população. Sendo os secretários municipais de saúde os responsáveis pela execução dessas políticas, sem deixar de considerar que este ator possui uma natureza política com dimensões técnicas. E deve ter a capacidade de conhecer e (re)criar a realidade dos territórios numa postura ativa e criadora.
Onde é possível instrumentalizar os gestores na organização dos serviços de saúde com dispositivos que permitam diagnosticar e planejar a gestão em saúde capacitando-os a compreender as necessidades de saúde da população e permitindo construir mudanças substanciais nos problemas existentes.
No processo de avaliação dos dados identificamos o gestor conhecedor de suas competências e responsabilidades, mas, ainda, isolado no processo de decisão, com pouca autonomia e capacidade limitada de intervenções.
E com isso o uso de uma tecnologia em saúde desenvolvida para o apoio da gestão em saúde, o que garantiria aos gestores municipais de saúde um aporte de grande quantidade de dados, mobilidade, usabilidade e capacidade multimídia através da construção de uma tecnologia computacional acessível por meio de um aplicativo móvel disponível em multiplataformas incluindo Android e iOS, em formato simples e claro denominado, neste estudo, como Gestor Legal constituído pelas necessidades apontadas pelos gestores ao longo da coleta de dados, dando ao APP legitimidade científica e por isso uso dirigido às reais necessidades do usuário final.
Referências
- SIGPLAN: Sistema Gerencial de Planejamento [Internet]. Pará: Secretaria de Estado de Planejamento do Pará. C 2008. Disponível em: http://www.seplan.pa.gov.br/sigplan.
- PES-PA 2012 – 2015: Plano Estadual de Saúde do Pará: 2012-2015 [Internet]. Pará: Governo do Estado do Pará. p.248, 2012. Disponível em: https://www2.mppa.mp.br/sistemas/gcsubsites/upload/37/PES-2012-2015.pdf.
- VILLANI, R.A.G; BEZERRA, A.F.B. Concepções dos Gestores Municipais de Saúde de Pernambuco sobre a destinação e gestão dos gastos com a saúde. Saúde Soc. São Paulo, v.22, n.2, p.521-529, 2013.
- TIBES, C.M.S. Aplicativo móvel para prevenção e classificação de úlceras por pressão [Dissertação]. São Carlos: Universidade Federal, 2015.
- LORENZETTI, J. et al. Gestão em Saúde no Brasil: dialógo com gestores públicos e privados. Texto Contexto Enferm. Florianópolis, 2014 Abr-Jun; 23(2): 417-25.
- DUSSAULT, G. A Gestão dos serviços públicos de saúde: características e exigências. Rev. Adm. Pública. 1992; 26 (2): 8-19.
- CAVALCANTE, R. Z. Et al. ANÁLISE DE CONTEÚDO: considerações gerais, relações com a pergunta de pesquisa, possibilidades e limitações do método.
- MINAYO, M.C.S. O Desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. 8ª Edição. São Paulo: Editora Hucitec; 2004.
- BRASIL, Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A gestão do SUS. Brasília: CONASS, 2015.133p.
- MAIA JÚNIOR, A.F. Secretários Municipais de Saúde: o SUS visto pela ponta da corda [tese]. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de São Paulo, 2013.
- MEDEIROS, C.R.G.; GERHARDT, T.E. Avaliação da Rede de Atenção à Saúde de Pequenos municipios na ótica das equipes gestoras. Saúde Debate. Rio de Janeiro, v.39, n. Especial, p. 160-170, dez 2015.
- VIANA, A. L. et al. Sistema de saúde universal e território: desafios de uma política regional para a Amazônia Legal. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23 Sup 2:S117-S131, 2007.
- MARTINS JÚNIOR, F. et al. O impacto potencial da atual estrutura de financiamento da gestão descentralizada do SUS na redução de desigualdades regionais. Ciência & Saúde Coletiva, 8 (2): 645-648, 2003.
- JUNQUEIRA, T.S. et al. As relações laborais no âmbito da municipalização da gestão em saúde e os dilemas da relação expansão/precarização do trabalho no contexto do SUS. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 26 (5): 918-928, Maio, 2010.
- ZIANI, J.S. et all. A influência de um programa de educação tutorial em saúde coletiva na formação acadêmica. Saúde Coletiva (11) n.67: 6829-6833, 2021.
- GALVÃO, E.C.F.; PÜSCHEL, V.A.A. Aplicativo multimídia em plataforma móvel para o ensino da mensuração da pressão venosa central. Rev Esc Enferm USP. 2012; 46 (Esp): 107-15.
- CATALAN V.M., SILVEIRA D.T., NEUTZLING A.L., MARTINATO L.H.M., BORGES G.C.M. Sistema NAS: Nursing Activities Score em tecnologia móvel. Rev Esc Enferm USP. 2011; 45(6):1419-26.
- BONOME K.S., DI SANTO C.C., PRADO C.S., SOUSA F.S., PISA I.T. Disseminação do uso de aplicativos móveis na atenção a saúde. In: XIII Congresso Brasileiro em Informática em Saúde (CBIS). 2012, Curitiba. Anais… Curitiba: CBIS; 2012.
- EVANGELISTA, B.P. et al. Equidade em Saúde: reflexões do principio doutrinário potencializador da atenção primária á saúde. Saúde Coletiva (10) n. 59: 4116-4120, 2020.
- BARROS, V.F.A. et al. (2011). Aplicativo Móvel para Automação e Monitoração do Sistema de Atenção Primária a Saúde. In: Anais do VI Congresso Ibero-americano de Telemática (CITA 2011) – Gramado – RS (BRASIL), 16-18, Maio 2011. Cadernos de Informática, v.6, numero 1.
- WINK GL. Desenvolvimento de solução em dispositivos moveis na área da saúde [monografia]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2012.
- OLIVEIRA T.R., COSTA F.M.R. Desenvolvimento de aplicativo móvel de referência sobre vacinação no Brasil. J Health Inform. 2012; 4(1):23-7.