Condições de saúde autorreferidas e fatores associados da população masculina da cidade de Belo Horizonte/ MG
DOI:
https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2022v12i80p11386-11403Palavras-chave:
Saúde do Homem, Nível de Saúde, Processo Saúde-Doença, Inquéritos Epidemiológicos, Política de SaúdeResumo
Objetivo: o presente estudo teve como objetivo avaliar condições de saúde autorreferidas e os possíveis fatores relacionados, da população masculina da cidade de Belo Horizonte (MG), nos anos de 2006 e 2011, bem como identificar possíveis mudanças nestes fatores entre os anos estudados. Métodos: estudo epidemiológico longitudinal, realizado por meio de análise de dados secundários, provenientes do programa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), abarcando dados anteriores e após a implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, visando identificar possíveis mudanças no perfil da população masculina. A variável dependente foi a condição de saúde autorreferida pelos homens e as independentes, as variáveis demográficas e socioeconômicas, índice de massa corporal, consumo alcoólico e de tabaco, prática de atividade física e morbidades referidas. Os dados foram processados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0, que permitiu a comparação entre os anos estudados, através de medidas síntese e dos intervalos de confiança, e para a verificação das associações entre as variáveis, foi utilizado o teste Qui-quadrado (χ²). Resultados: foram entrevistados 782 indivíduos em 2006 e 836 em 2011. Houve uma significativa mudança na idade dos indivíduos entrevistados, onde a média passou de 41,9 em 2006 para 44,2 anos em 2011, uma diminuição significativa, de 59,2% para 51,7% (2006 e 2011, respectivamente), no consumo alcoólico e uma melhora nas condições de saúde autorreferidas, aumentando de 21,1% para 28,1% a proporção de indivíduos que referiram a saúde como excelente. Conclusão: houve mudança no perfil demográfico e no consumo alcoólico na população estudada, assim como na proporção de homens que classificaram a saúde em excelente/muito boa. Quanto ao consumo de tabaco, prática de atividade física e morbidades referidas, não foram encontradas mudanças relevantes para a definição de uma nova realidade entre os homens abordados nos anos estudados
Referências
Stockle V. Is Sex to Gender as Race is to Ethnicity?. “In”: Del Valle T. Gendered Anthropology. 1993.
Vigitel Brasil 2006: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Ministério da Saúde. 2007; Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Princípios e Diretrizes) [Internet].Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas; 2008 [cited 2011 Nov 10]. Available from: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/PT-09-CONS.pdf
Keijzer, B. Hasta donde elcuerpo aguante: género, cuerpo y salud masculina. “In” Cáceres C, Cueto M, Ramos M, Vallas S. La salud como derechociudadano: perspectivas y propuestas desde América Latina. Universidad Peruana Cayetano Heredia. 3003;137-152.
Batista J. V. et al. Perfil epidemiol[ogico da mortalidade masculina no Brasil, 2014-2018. Research Society and Development. 2021;10(5).
Cavalcanti J. R. D. et al. Assistência Integral a Saúde do Homem: necessidades, obstáculos e estratégias de enfrentamento. Esc Anna Nery, 2014;18(4):628 – 634
Desalvo K. B. et al. Mortality prediction with a single general selfrated health question: a meta-analysis. J Gen Intern Med. 2006;21(3):267-75.
Höfelmann D. A., Blank N. Auto-avaliação de saúde entre trabalhadores de uma indústria no sul do Brasil. RevSaude Publica,2007;41(5):777-787.
Barros M. B. Inquéritos domiciliares de saúde: potencialidades e desafios. Revista brasileira de epidemiologia. 2008; 11:6-19.
Rocha G. N., Araújo I. F., Nunes J. S. Saúde do Homem na Atenção Básica: Prevenção e Participação nos Programas. Id on Line Revista Multidisc. e de Psicologia. 2018; 12(42): 1-13.
Moura E. C., Gomes R., Pereira G.M. Percepções sobre a saúde dos homens: uma perspectiva relacional de gênero, Brasil, 2014. Ciência & Saúde Coletiva. 2017;22(1):291-300.
Brasil. Vigitel Brasil 2006: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Ministério da Saúde. 2007; Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Princípios e Diretrizes) [Internet].Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas; 2008 [cited 2011 Nov 10]. Available from: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/PT-09-CONS.pdf
Brasil. Vigitel Brasil 2011: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. 2012.
Oliveira A. S. Transição demográfica, transição epidemiológica e envelhecimento populacional no Brasil. Hygeia Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde. 2019;15(31):69-79.
IBGE Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010– Caracteristicas gerais da população, religião e pessoa com deficiência.[Internet]; 2010. [cited 2013 Jan]. Avaiable from: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2170
Barros M. B., et al. Desigualdades sociais na prevalência de doenças crônicas no Brasil, PNAD/2003. Ciência e Saúde Coletiva. 2006;11(4):911 – 926.
IBGE. Censo Demográfico: População residente, por cor ou raça, segundo o sexo, a situação do domicílio e os grupos de idade - Brasil – 2010. [Internet] 2010a. [cited 2013 Jan] Avaiable from: ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/tab1_2.pdf/.
OPAS. OMS revela principais causas de morte e incapacidade emtodo o mundo entre 2000 e 2019. [Internet] 2020. [cited 2022 July 27]. Aviable from: https://www.paho.org/pt/noticias/9-12-2020-oms-revela-principais-causas-morte-e-incapacidade-em-todo-mundo-entre-2000-e
Ministério da Saúde. Posicionamento do Ministério da Saúde acerca da integralidade da saúde dos homens no contexto do Novembro Azul. Secretaria de Atenção à Saúde/Departamento de ações programáticas estratégicas. Nota Técnica. 2015; 13p.
INCA. Dados e números da prevalência do Tabagismo. [Internet]. 2022a. [cited 2022 july 27] Aviable from: https://www.inca.gov.br/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-prevalencia-tabagismo#:~:text=Este%20inquérito%20é%20realizado%20nas%2026%20capitais%20brasileiras%20e%20no,6%2C7%25%20entre%20mulheres
World Health Organization. Confronting the Tobacco Epidemic in an Era of Trade Liberalization. WHO, 2001b.
Barreto I. F. Tabaco: a construção de controle sobre seu consumo no Brasil. 2018;25(3):797-815.
INCA. Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco. [Internet] 2022b. [cited 2022 july 27] Aviable from: https://www.inca.gov.br/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia de Atividade Física para a População Brasileira. 2021;54p
Barros M. B., Nahas M. V. Comportamentos de risco, auto-avaliação do nível de saúde e percepção de estresse entre trabalhadores da indústria. Revista Saúde Pública. 2001;35:554-563.
Bareta E., Bareta M., Peres K. G. Nível de atividade física e fatores associados em adultos no Município de Joaçaba, Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública, 2007;23(7):1595-1602.
Gigante D.P.et al. Excesso de peso e obesidade. Rev Saúde Pública,2009;43(2):83-9.
Rech A. C., Matsumoto H. M. Remissão de hipertensão arterial sistêmica, Diabetes mellitus tipo II e dislipidemia após cirurgia bariátrica: um estudo longitudinal. Research, Society and Development. 2021;10(12):1-6.
Mokidad A. H., et al. Prevalence of obesity, diabetes, and obesity-related health risk factors, 2001. JAMA. 2003; 289(1):76-79.
World Health Organization. Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases. Report of a Joint WHO/FAO Expert Consultation,WHO, 2002.
Schimidt M.I et al. Diabetes e hipertensão no Brasil. Rev Saúde Pública. 2009;43(2):74-82.
Vigitel Brasil 2020: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Estimativas sobre freqüência e distribuição sociodemográfica de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitair dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2020. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. 2021.
Machin R. et al. Concepções de gênero, masculinidade e cuidados em saúde: estudo com profissionais de saúde da atenção primária. Ciênc. Saúde Coletiva. 2011;16(11):4503-4512.
Pereira I. V. et al. Morbidade autorreferida por trabalhadores das equipes de saúde da família. Ciência & Saúde Coletiva. 2014;19(2):461-468.
SBMFC. Cartilha de Saúde dos Homens. Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 2019;38p.
Gomes R., Nascimento E. F., Araujo F. C. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cadernos de Saúde Pública. 2007;23(3):565-574.