Acesso a Medicamentos Entre Usuários com Doenças Cronicas na Atenção Primária
DOI:
https://doi.org/10.36489/saudecoletiva.2025v15i93p14276-14293Palavras-chave:
Acesso a Medicamentos, Doença Crônica Não transmissível, Farmacoepidemiologia, Estudo Transversal, Inquéritos EpidemiológicosResumo
Objetivo: Estimar prevalência do acesso a medicamentos entre usuários com DCNT da Atenção Primária à Saúde em Salvador, Bahia, Brasil e fatores associados. Métodos: Estudo transversal realizado com adultos maiores de 18 anos com DCNT, realizado entre 2019 e 2020. Analisaram-se associações entre acesso aos medicamentos com fatores demográficos, socioeconômicos, perfil de saúde, hábitos de vida e acessibilidade geográfica, mediante regressão logística hierárquica. Resultados: Dos 283 entrevistados, 190 (67,1%) referiram ter acesso a medicamentos. Idade maior ou igual a 60 anos (OR=0,33; IC95%: 0,14 – 0,75) se mostrou como protetor, diferentemente de viver sem companheiro (OR=2,13; IC95%: 1,16 – 3,91) e ter dificuldade para chegar às unidades de saúde (OR=2,64; IC95%: 1,26 – 5,54) dificultaram o acesso aos medicamentos. Conclusão: Acesso a medicamentos foi considerado intermediário. Usuários sem companheiros e com dificuldade para chegar à APS têm mais dificuldade de acesso a medicamentos, diferentemente daqueles com idade igual ou superior a 60 anos.
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